quinta-feira, 20 de abril de 2017

e Deus fez-Se célula, Manuel Martinez-Sellés





Ofereceram-me este livro minúsculo no meu aniversário e, apesar de torcer o nariz a este género de tema, foi uma leitura interessante do ponto de vista da mera curiosidade. Sim, porque não imaginava cruzar-me com algo que tenta justificar factos biológicos com certas teorias teológicas, ainda para mais escrito por um médico com sete filhos! Porém, tenho de concordar que há certos procedimentos que causam muita estranheza e talvez até possam ir contra a lei natural das coisas, mas não exageremos. Na minha perspectiva, a vida deve ser respeitada, sim, mas há ocasiões em que, por exemplo, o aborto deve ser considerado uma opção para a mulher sem ser visto como crime ou "pecado", porque tudo depende das circunstancias e das convicções de cada um, tal como acontece com a decisão de ter filhos ou não, pois nem toda a gente tem esse ensejo. Por vezes a nossa própria biologia decide por nós, restando-nos apenas a conformação, pois quanto mais pensamos e insistimos em procurar a melhor forma de viver a vida, menos vivemos o presente.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Peaches for Monsieur le Curé, Joanne Harris




Depois de perder o folego com os volumes anteriores, confesso que não esperava o desfecho impreciso desta narrativa. Afinal, qual foi a escolha de Vianne? A autora apresenta-nos, mais uma vez, uma mistura de odores e sabores que nos deixam perpetuamente com água na boca e agarrados ao desenrolar dos acontecimentos, já para não falar da vivida abordagem que faz ao confronto de culturas: intrigante e séria, que nos suscita um misto de emoções contraditórias. Por outro lado, também nos deixa com a sensação de que a história ainda não terminou, porque na verdade, personagens com Vianne, Anouk, Rosette, Roux e Francis Reynaud são personagens dificieis de esquecer e arrumar na prateleira! Apesar de o enredo não ser prefeito ou tão misterioso quanto os anteriores, resta esperar para ver o que acontece a seguir.