quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Ser Blogger, Catarina Afonso e Sandra Alvarez





Trata-se de um livro bastante prático, sobretudo para quem quer começar um blogue, mais não sabe muito bem do que se trata e como funciona. No entanto, também é muito útil para quem já tem um blogue (como é o meu caso) e gostaria de o aperfeiçoar ou até rentabilizar. Como uma linguagem fluída e acessível, este "manual" acompanha todo o processo de criação de um blogue profissional, dando dicas sobre as melhores alternativas, exemplos, etc., e explica todos os passos necessários. De certo modo, acaba por simplificar a tarefa, ajudando na planificação e estruturação do blogue e na divulgação do blogue. Recomendo esta leitura a todos os interessados, sobretudo a quem tem curiosidade em começar um blogue.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Reflexões #26 - It's that time of the year...





Este ano passou tão depressa que tenho a sensação de o ter sonhado... Houve mais desilusões do que realizações a pesar na balança e poderia ter ido mais de encontro às expectativas, mas não foi um ano mau. Continuo a sentir-me desligada nesta época, por todos os motivos e mais alguns. E correndo o risco de me repetir, insisto que o Natal é uma altura de reflexão, simplicidade e, acima de tudo, união; como já aqui ponderei uma vez, o Natal é "a simplicidade das pequenas coisas, a cumplicidade dos bons momentos, a alegria do reencontro." 

Talvez para o ano seja melhor, talvez consiga fazer mais, o importante é não desistir. Votos de um Feliz Natal com tudo de bom e boas leituras!

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Beren and Lúthien, J. R. R. Tolkien





Christopher Tolkien continua a desvendar-nos os mistérios das histórias que o seu pai escreveu, desta vez apresentando-nos a evolução da lenda de Beren e Lúthien, que J. R. R. Tolkien terá começado antes dos trinta anos, mas deixou para trás quando surgiram as histórias do Hobbit e d' O Senhor dos Anéis, retomando a lenda quase cinquenta anos depois. A história teve uma primeira versão narrativa, depois em verso e novamente narrativa. Parte desta lenda integra a narrativa d' O Silmarillion (que ainda hei-de ler).
Esta constatação vem comprovar o facto de Tolkien ser um escritor perfeccionista, daí levar bastante tempo a terminar as suas obras. A evolução do texto é muito interessante, pois há elementos que desaparecem, outros são reformulados e outros ainda surgem pela primeira vez numa fase mais avançada. Para quem for fã do autor, não percam a oportunidade de o ler na versão original, de modo a compreender melhor o ritmo e a sonância das palavras; acreditem que vale a pena.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Passatempo - Este Mundo e o Outro




Olá, caros leitores, como vão essas leituras? Como já devem ter reparado, caminhamos a passos largos para o Natal e o fim do ano. E qual a melhor forma de celebrar do que oferecer algo único?

Sim, creio que estava na altura de vos agradecer o vosso apoio de uma forma especial, por isso, resolvi lançar este passatempo para fazer chegar o meu trabalho a mais pessoas, pois para quem escreve é isso que realmente importa: chegar às pessoas através das palavras. Ao participarem habilitam-se a ganhar um exemplar d' Este Mundo e o Outro com um autografo particular, acompanhado pelo respectivo marcador!

As regras são as seguintes:

1 - Seguir o blogue;
2 - Seguir a página do blogue no Facebook;
3 - Partilhar o passatempo em modo público;
4 - Completar a frase " A Poesia é..." nos comentários do Facebook.

Podem participar apenas uma vez e serão sorteados 5 livros. O passatempo decorre até às 23h do dia 12 de Dezembro e os vencedores das frases mais originais serão seleccionados pelo Random.org.

Boa sorte!

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Reflexões #25 - Parar, Respirar, Tentar de Novo





No espaço de quase dois anos, a minha vida deu uma volta de 180º graus e se num momento estava com a cabeça nas nuvens e esperançosa de que tudo corresse bem, no seguinte caí do precipício abaixo sem perceber bem o que aconteceu. Fiquei sem chão e deixei de acreditar em planos. Neste momento sinto-me desalentada, porque não posso concretizar os meus projectos de vida, não tenho meios para ser independente e não sou capaz de ultrapassar a frustração que este vazio me provoca.

Sempre lutei pelos meus objectivos e não posso considerar nunca desistir, mas é quase impossível pensar de forma positiva e acreditar que as coisas vão acontecer, quando estamos petrificados a ver os comboios das oportunidades a passar e não conseguimos apanhar nenhum.

É por isso que, às vezes, é importante parar para respirar fundo e tentar de novo noutro dia, ou seja, dar-mos espaço a nós próprios para reflectir e aprender algo novo, para nos descobrir-mos e reeducarmos o nosso pensamento. É por isso que temos de viver um dia de cada vez e dar tempo ao tempo. Talvez haja um plano ou talvez não...Quando não se pode fazer quase nada para chegar mais depressa ao destino, vive-se e deixa-se viver.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Petrus Logus - Os Inimigos da Humanidade, Augusto Cury





Esta história está cada vez mais empolgante e depois de todas peripécias e desafios que as personagens enfrentaram no primeiro volume, eis que a narrativa se intensifica e volta a trocar as voltas aos leitores! O enredo complica-se e a coragem do pequeno grupo de mentes livres cresce até ao impossível. As teorias que Cury apresenta nesta saga dão muito que pensar sobre o nosso comportamento enquanto Humanidade para com os nossos pares e para com a Natureza; todos os anos gastamos mais recursos do que devíamos e a tecnologia que usamos desenvolve-se tão depressa que se torna assustador pensar no quão perigosa pode se no futuro. Mal posso esperar para saber qual será o desfecho da estória do jovem mais corajoso de Cosmus. Será que o verdadeiro conhecimento sairá vencedor desta luta desigual? 

domingo, 14 de outubro de 2018

Petrus Logus - O Guardião do Tempo, Augusto Cury





Depois de ler Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes e Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis, onde o autor explora teorias muito interessantes sobre a construção e o desenvolvimento do pensamento e da emoção humana, fiquei completamente boquiaberta com esta narrativa, não só pela complexidade da estória em si, mas também pelo importante alerta que o autor faz para as prováveis consequências do aquecimento global e do desenvolvimento tecnológico. Neste livro, Cury apresenta-nos um  mundo renascido das cinzas da temida Terceira Guerra Mundial, onde a humanidade vive prisioneira do medo de repetir erros passados, ao ponto de excluir todo o conhecimento desbravado desde o início da História. Porém, este novo reino é governado pela superstição, pela obediência cega, pelo preconceito, pela corrupção e pelo egoísmo, até que há alguém com coragem para se revoltar e lutar pela justiça. Esta estória impressionou-me como há muito tempo não acontecia, tanto que já estou a ler o volume seguinte e a desejar que a continuação saia depressa! Espero que leiam, que se surpreendam e que reflictam sobre o que está errado na nossa sociedade e como podemos, em conjunto, corrigir certos comportamentos, de modo a mudar o rumo da Humanidade.

Reflexões #24 - O Princípio da Realidade e os Obstáculos da Vida





Não há duas sem três e a verdade é que este "vai que não vai" de procurar emprego começa a fartar. Sinto que estou as esgotar todas as minhas opções e ainda assim, não vejo uma luz ao fundo do túnel. Estou cansada de lutar para me manter à tona; estou farta de ver o tempo a passar e não chegar onde quero, mas sobretudo, estou farta de me sentir estagnada e não saber o que fazer para sair desta situação.

Sempre soube que seguir a minha vocação seria difícil, só não estava à espera que fosse tão angustiante. Não compreendo nem me conformo com esta injustiça, este sistema social não funciona, caso contrário, todos teriam realmente liberdade para fazer o que realmente gostam e seriam reconhecidos por isso. A única certeza que sempre tive é que quero escrever, mesmo que sejam textos mais sérios, mesmo que o meu ganha-pão tenha que ser outro ramo da escrita, basta ter uma oportunidade. Contudo, estas nascem nas árvores nem se escondem debaixo das pedras! É preciso ir à procura delas, é preciso lutar, mas quando a luta é desigual e injusta, custa a crer que se consiga alguma.

Em suma, encarar o princípio da realidade e fazer limonada com os limões da vida não é assim tão simples como parece e torna-se difícil acreditar nas nossas capacidades. Por incrível que pareça, este retrocesso favoreceu a escrita, muito embora a consciência não permita uma fluidez plena da mesma, porque preciso de um trabalho que me sustente, que me permita viver condignamente... Mas desistir? Não, isso não saberia fazer nunca, porque a escrita é uma parte essencial de quem sou e jamais poderia desistir de mim mesma.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Pedaços de Escrita #64





Hoje levei o meu tempo. Não corri, não gritei, não me preocupei. Apenas compreendi que a simplicidade é a maneira ideal de viver as pequenas grandes coisas da vida. Saber apreciar um momento tão simples como observar as folhas a cair numa tarde de Outono ou desfrutar de uma chávena de chá em boa companhia. Ler um livro numa sala acolhedora. Coisas tão simples como um sorriso perante uma memória feliz gravada numa fotografia, o calor morno do sol no rosto ou a tranquilidade de um bosque. O abraço de alguém especial, um murmúrio de carinho, o riso inocente de uma criança, o passar silencioso do tempo. Um passeio ao luar, as ondas do mar a enrolar a areia, as conversas à lareira noite dentro, os pés descalços sobre o chão de madeira.
Sim, hoje parei para pensar no que estava a perder com a correria e decidi abrandar e comandar a minha vida. Deixei de me importar com a inveja dos outros e simplifiquei a minha vida; passei a gerir o meu tempo em função da minha realização, não da dos outros, passei a ter o papel principal na minha própria história, como deveria acontecer com toda a gente. Hoje decidi ser feliz.  

sábado, 6 de outubro de 2018

Contos Tradicionais Portugueses, vários autores





Apesar de alguns detalhes menos felizes e uns quantos finais confusos, esta compilação de contos da tradição oral portuguesa é um tesouro riquíssimo da nossa língua e estou muito contente por a ter lido. A maioria destes contos não os conhecia de todo, alguns como "O Caldo de Pedra" já tinha ouvido falar e há ainda outros que me remetem à minha infância, nomeadamente "A História da Carochinha", "O Macaco do Rabo Cortado", "O Coelhinho Branco"! Uns são mais sérios e dão que pensar, outros só nos dão mesmo vontade de rir. É realmente muito bom e mostra como a nossa tradição oral providencia uma fonte de inspiração literária essencial à valorização da nossa literatura. Gostei e recomendo vivamente, porque ler é um dos melhores exercícios que há e o saber mais sobre a nossa cultura não ocupa lugar.

domingo, 30 de setembro de 2018

O Livro de Cesário Verde, Cesário Verde





Para quem não é muito de poesia, ler dois livros de poemas seguidos é um recorde! Brincadeiras à parte e sem querer repetir aquilo que já disse em vários posts, ler a nossa literatura é importante. O que têm em comum estes autores de que tenho falado? O facto de que o nosso primeiro contacto com as suas obras / trabalho aconteceu enquanto estudantes. E nessa fase da nossa vida nem sempre é fácil gostar ou apreciar este género de obras, uma vez que estas são praticamente "impostas" pelo programa curricular de português. Tendo isto em conta, considero que é muito mais fácil ler estes autores quando e se realmente surgir o interesse. Em contraste com Almeida Garrett, cuja poesia está repleta de imagens românticas, Cesário Verde é o poeta do real, subvertendo ao sabor da imaginação imagens tanto da cidade como do campo, entre os quais sempre se repartiu a sua vida; retrata ainda alguns momentos dolorosos, sendo um dos poetas cujo trabalho foi publicado postumamente num único livro. Ainda assim, vale a pena ler os seus longos poemas, acelerados monólogos cuja vivacidade não chega para conter todas as imagens e emoções.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Folhas Caídas e Flores sem Fruto, Almeida Garrett





Nunca fui muito de ler poesia, porque na escola ensinaram-nos a desconstruir os poemas em significados ocultos e figuras de estilo, rimas e ritmos, etc., ou seja, acabei por não saber lê-los de forma degustativa, apenas pelo gozo de ler. No entanto, estou a passar por uma fase de literatura portuguesa, o que é muito bom e como tal, ler um dos poucos autores clássicos que gosto fica sempre bem. Estas duas colectâneas reúnem poemas maioritariamente românticos que aludem frequentemente à natureza e transmitem o sofrimento / desespero do sujeito poético face ao afastamento / ausência da amada, entre outras oposições; a temática tem também variações religiosas, mas também se manifesta claramente o contraste entre o amor sentimento e o amor paixão. Apesar do sentimentalismo romântico, considero uma leitura interessante, embora um pouco triste.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Fora da Zona de Conforto!





Olá a todos! Como vão essas leituras? Espero que este post vos encontre bem!

Já ouviram falar da expressão Sair da Zona de Conforto? Pois bem, foi o que me aconteceu este fim de semana, porque saí da minha zona de conforto ao aceitar ser animadora de crianças num casamento e, assim, tive uma experiência diferente. Foi um dia e meio bastante cansativo, mas também muito gratificante, entre entretê-los com uma oficina de máscaras (mais os graúdos que os miúdos), cativá-los para o tema do evento, acompanhá-los nas refeições, contar estórias, brincar e olhar por eles até ao fim do dia. E a acompanhar isto tudo, o ar puro e a tranquilidade da Serra da Estrela!

Para quem não está habituado a lidar com crianças diariamente, como acontece comigo, este género de actividades é um desafio à paciência (e à voz!), mas para ser sincera, prefiro trabalhar com crianças pequenas, mesmo tendo em conta a responsabilidade acrescida e o facto de que nem todas são tão fáceis de lidar como este grupo. Creio que foi uma primeira experiência bem sucedida, até porque se tratou de um bom trabalho em equipa, entre mim e a babysitter; para além disso, ainda fiquei com algumas ideias para um novo Conto!

Assim sendo, já sabem, se precisarem de alguém para entreter os mais novos (mesmo que seja só a contar estórias), não hesitem em contactar. Por agora, fiquem atentos ao blog, porque volto em breve com mais opiniões e novidades.

Até já!



quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Um Auto de Gil Vicente, Almeida Garrett





Ao iniciar a leitura desta peça tive um enorme déjá vù e fiquei a pensar: Espera, lá, afinal eu conheço isto! Pelo menos reconheci o início, porque estudei o texto nas aulas de português, mas não tinha ideia nenhuma do resto do texto. Seja como for, Almeida Garrett é dos poucos autores clássicos que eu me atrevo a dizer que gosto de ler, eh eh. Este Um Auto de Gil Vicente trata-se da recuperação do teatro português, o qual teve início com a escrita elaborada e floreada de Gil Vicente, mas que posteriormente a este, foi votado ao esquecimento algures durante a época dos descobrimentos e reformulado por Almeida Garrett. Ou seja, esta obra é um marco da história da nossa literatura / cultura, que é tão rica de tantas formas e continua a ser desvalorizada injustamente. Façam um favor a vocês mesmos e cultivem-se ao ler os nossos autores, sejam eles clássicos ou contemporâneos, mais ou menos conhecidos; o que importa é que os leiam e lhes dêem uma oportunidade; acreditem que terão uma boa surpresa!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Uma Família Inglesa, Júlio Dinis






Nunca tive por hábito ler autores portugueses clássicos, o que considero ser uma grande falha não ler a nossa literatura. Confesso que ainda assim tenho uma certa inclinação pelos autores românticos e, por isso, tive curiosidade em ler Júlio Dinis, até porque que é uma leitura bem mais satisfatória quando a curiosidade nasce espontaneamente em nós, daí ter juntando Uma Família Inglesa à minha biblioteca. Uma narrativa romântica e divertida pelos seus encontros e desencontros, numa escrita fluída, embora lenta até aos últimos capítulos, que reúne um tanto ou quanto de conto de fadas, mas com um argumento sólido e personagens bem caracterizadas. Apesar de tudo, sobretudo o desfecho do qual esperava mais qualquer coisa, a estória superou as minhas expectativas em relação autores lidos pela primeira vez, por isso, não tenham reservas em ler também os nossos grandes autores clássicos!

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Pedaços de Escrita #63





Isto há com cada um...Querem ver que agora trabalhar é mau! Onde é que eles ouviram tal coisa?, pensou, distraída com a conversa dos rapazes. E continuou com a costura, abanando a cabeça em reprovação e deitando olhares significativos ao irmão, que respondia com um encolher de ombros, como quem diz: coisas de rapazes. Ao fim de algum tempo, Clara deu por terminada a sua tarefa e retirou-se, um tanto ou quanto cansada de tanta gabarolice. Daí a alguns momentos ouviu a porta da rua e a casa ficou, por fim, silenciosa. Dinis veio ter com ela, como quem quer perguntar alguma coisa, mas quedou-se a olhá-la infinitamente, até que a irmã se impacientou e perguntou:
- O que é?
- Estava a pensar - disse ele, mantendo aquela expressão pensativa que ela conhecia tão bem.
- Em quê, no dia de ontem? - brincou Clara, tentando conter um sorriso.
- Ah, ah, muito engraçada, Clara! Não, estava era a pensar no que há-de ser a minha vida quando terminar o colégio.
- Ah! - exclamou Clara, com uma expressão conhecedora - Alguma coisa relacionada com a conversa dos teus amigos?
- Sim e não - respondeu Dinis, sem a encarar.
- Então? - insistiu Clara, quando o silêncio se estendeu demasiado.
O rapaz suspirou e deixou-se cair ao lado dela no sofá. Clara pousou o livro na mesa de apoio e endireitou-se, à espera. De cenho franzido, ele acabou por confessar:
- Digamos apenas que os negócios comerciais que o pai nos legou não são o que mais me atrai como vida de trabalho, embora a minha educação seja quase toda vocacionada para os mesmos!
- Entendo o que queres dizer - replicou a irmã, gentilmente, antes de aditar muito séria - Porém, espero que tenhas consciência de que estes negócios são todo o património que o pai nos legou. Seria de muito mau tom se não fossemos nós a geri-los! - fez uma pausa para respirar e rematou - O nosso irmão não pode se pode responsabilizar por tudo sozinho, é nosso dever partilhar essa responsabilidade.
Dinis ponderou nas palavras dela por uns instantes, depois sorriu-lhe em jeito de despedida e saiu. Clara não o voltou a ver até à hora do jantar; tinha acabado de verificar a refeição com a cozinheira quando os dois irmãos entraram em casa em amena cavaqueira.
- Ora, imagina tu, Clara, que este asno me apareceu lá no escritório esta tarde, a indagar sobre os negócios! - comentou Alexandre, com um sorriso zombeteiro - Que lhe disseste para lavrar tal disposição, querida irmãzinha?
- A verdade: que os negócios do pai são responsabilidade dos três e, por isso, o Dinis não se deve meter em aventuras quando terminar o colégio no ano que vem.
Alexandre sorriu, agradado com o espírito razoável da irmã.
- És a mais nova, mas sempre foste a mais sábia de nós os três, mana! - exclamou, dando-lhe um beijo na testa.
- Ora, deixem-se de lamechices e vamos jantar! - atalhou Dinis, sempre impaciente à hora da refeição.
Os irmãos riram-se e seguiram-no até à sal de jantar. Não se falou mais no assunto dos negócios e, quando o Verão terminou, Dinis e Clara regressaram ao colégio. No Verão seguinte, Dinis completou a sua educação e cumpriu a promessa muda que fizera à irmã durante a sua conversa, indo auxiliar o irmão com os negócios. Mais tarde, Clara juntou-se-lhes e nunca antes se haviam sentido tão unidos pelo mesmo propósito como então. Apesar das grandes responsabilidades, os três irmãos eram felizes.

Reflexões #23 - O Princípio da Realidade e os Limões da Vida!





Ultimamente tenho-me sentido algo decepcionada com certas circunstâncias e pessoas e pessoas da minha vida, algumas das quais, de certa forma, eu já antevira quando era mais nova. Também têm acontecido coisas boas, sim, mas são mais aquelas que me deixaram à nora nos últimos tempos. Em relação a algumas situações e atitudes, tenho consciência de que, por muito que me revoltem, provavelmente não está nas minhas mão resolvê-las. Sobre certas outras, porém, cheguei à conclusão de que não vale a pena sofrer por antecipação.

Para além disso, percebi que não podemos medir ou cingir a nossa realização a um determinado número de anos, temos de viver um dia de cada vez e ver o que acontece, e também não podemos reger o nosso pensamento pelos intermináveis "ses" que cada decisão nos obriga a deixar para trás: "Se eu tivesse feito / ido/ dito/ tirado /posto/ acontecido, etc...". Há um momento em que somos obrigados a esbofetearmo-nos e firmar: "Chega de auto-comiseração e de "ses"! De agora em diante vou viver no presente e seguir o meu caminho, vou ser feliz com as minhas escolhas e controlar apenas aquilo que depende de mim!".

Eu estou a viver esse momento. Quero mais do que tudo, andar com a minha vida para a frente e, como tal, tive de saltar para fora da minha zona de conforto e "agarrar" um trabalho que não tem nada a ver com a minha formação. Chama-se a isto o Princípio da Realidade, como me disseram recentemente, e infelizmente há muita gente que tem de se reger por este princípio para conseguir ter uma vida digna. No fundo, tudo isto significa que, quando se quer muito uma coisa nesta vida, temos de trabalhar e lutar para a conseguir, temos de nos adaptar às circunstâncias, tal como o camaleão se adapta ao meio envolvente, e desenvolver outras capacidades, que por vezes desconhecemos. 

Claro está que ao fazer isto não devemos deixar para trás os nossos sonhos, pelo contrário, devemos agarrar-nos aos mesmo ainda com mais afinco! Não é fácil, mas consegue-se com empenho, determinação e disciplina. É como diz o ditado: "Se a vida te dá limões, faz limonada". E com este calor, bem que apetece, não acham? Vá, vão fazer a vossa limonada da vida, que eu estou a fazer a minha!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Sobre a Minha Entrevista na Rádio!





Olá leitores! Tal como vos disse na segunda-feira passada, este Sábado estive em directo no estúdio da RDS Rádio e KFM para falar sobre mim e sobre o meu livro, Este Mundo e o Outro. Tratou-se de uma conversa semi-informal com o Carlos Pinto Costa, que durou cerca de uma hora e que incidiu sobre mim, o meu livro e a literatura. 

Foi mais uma experiência boa a acrescentar ao meu percurso como autora, para além de ser a primeira entrevista oficial! Espero que tenham ouvido e gostado, mas sobretudo espero ter-vos aguçado o apetite pela poesia e pelo meu tralho em particular, claro! Agora é esperar para ver o que acontece a seguir... Let's do the magic work, shall we?

terça-feira, 17 de julho de 2018

Reflexões #22 - Os Livros





Nos últimos tempos tenho pensado e falado muito sobre livros, tanto como escritora como leitora. Primeiro, relativamente ao que posso fazer para catapultar o meu livro e a minha carreira literária, segundo, para satisfazer a minha necessidade intelectual de absorver novas estórias. Porém, tenho constatado que o nosso mercado livreiro ou literário é uma faca de dois gumes, pois se por um lado parece haver cada vez mais editoras (e autores) a competir entre si pela atenção do público leitor, por outro, o público leitor parece cada vez mais reduzido ou desinteressado. Das duas, uma: ou não há incentivo suficiente junto dos mais novos, nem interesse da parte dos mais velhos, ou os preços são realmente os grande dissuasores, quer de leitores "veteranos" quer de novos leitores.

 É injusto, tanto para quem lê como para quem escreve (recordo que a maioria dos autores recebe quase sempre a percentagem mais baixa dos lucros de um livro, o que é um facto). Mas pondo as questões económicas de parte, tenho pensado nos livros de uma forma mais sentimental, porque aqui há uns tempos, passei por uma livraria e  recordei-me dos primeiros livros que li enquanto leitora autónoma e deu-me vontade de os reler só pelo gozo. Estou a falar da colecção Uma Aventura, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, que foi a grande responsável pelo meu deslumbramento com a leitura. Li Uma Aventura nas Férias de Natal, algures no 3ºano, e a partir daí já não houve retorno, porque comecei a querer ler cada vez mais. É curioso como um acto tão simples se torna fascinante e indispensável para a nossa vida como respirar.

Os livros tornaram-se o meu porto seguro durante a adolescência, aquele lugar só meu onde não tinha que lutar e fingir para me integrar. No fundo, os livros fizeram de mim a pessoa que sou hoje, foram os amigos que não tive numa fase crucial da minha formação enquanto ser social e continuam a ser a âncora que me prende à realidade. Creio que também é importante ter em conta  que a maior parte dos autores são leitores antes de serem escritores; parte do processo evolutivo da escrita passa por aí e, por isso, os escritores reconhecem-se uns aos outros com maior facilidade, inspiram-se e corrigem-se quando é caso disso.

Tendo tudo isto em conta, penso que hoje em dia as pessoas se esquecem que um livro é um tesouro incalculável, uma vez que a palavra escrita é a maior conquista do conhecimento humano. É maravilhoso o que um único livro pode fazer por nós! Sim, basta um livro para mudar a nossa perspectiva sobre muitas coisas e quem não cultiva, em si e nos outros, o hábito de ler não faz ideia da riqueza cultural que perde. Acresce a tudo isto o facto de haver muitas opções alternativas no mercado em termos tecnológicos, como os leitores digitais, mais fáceis de transportar, sem dúvida, e que ganharam adeptos nos últimos anos. Mas a maioria dos leitores (espero não estar enganada) prefere ainda sentir o livro-objecto nas mãos, a sensação de folhear e o cheiro do papel, bem como arrumá-lo numa prateleira para o ter sempre à mão. 

Daí que talvez fosse sensato tornar os livros mais acessíveis a quem realmente quer ler. No que me diz respeito só não leio mais porque não posso comprar tantos livros como gostaria; caso contrário, era bem capaz de ler uns quatro ou cinco por mês todos os anos.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Vou À Rádio!





Olá queridos leitores! Como estão? Espero que estejam a ter um bom, senão mesmo óptimo, Verão, cheio de leituras! 

Digamos que o meu tem sido razoavelmente interessante, preocupações e problemas à parte, e por isso tenho uma novidade para vocês: 

Vou estar em directo na rádio Livros Rds/radio, no próximo Sábado dia 21, depois das 16h, para falar sobre o meu trabalho como escritora, nomeadamente sobre o meu livro Este Mundo e o Outro. Se ainda não tiveram oportunidade, aproveitem para encomendar o vosso exemplar autografado.

Podem ouvir através do rádio em 87.6 FM ou 92.2 FMSe perderem o programa, não se preocupem, podem sempre ouvir mais tarde em www.kfm.pt ou http://www.rds.pt/rds-online.html.

Bem-haja.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Dançando sobre Vidro, Ka Hancock





Confesso que fiquei um pouco assombrada com a leitura deste livro, por retratar um cenário duro e repleto de emoções fortes e que, apesar de se tratar de uma estória ficcionada, transpira realismo. A verdade é que custa a acreditar que exista um amor assim tão forte, capaz de resistir à sentença cruel de um historial de cancro da mama e de bipolaridade, onde aparentemente não há espaço para a normalidade. Apesar tudo, esta dança contra o tempo e o destino, faz parar para pensar qual será, de facto, o nosso papel na vida do outro e vice-versa, mas também no quão mesquinhas podem ser as vicissitudes da vida, que nos relembram constantemente quão precioso é o nosso tempo e que só depende de nós qual será o nosso legado. Para além disso, faz-nos repensar o significado do Amor, que nos livros nos parece sempre tão certo e tão puro, fácil de assimilar, mas na realidade é muito mais difícil de definir e aceitar.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Reflexões #21 - Inspiração





Desde há umas décadas para cá que assistimos à formação de uma geração ou crescendo de gerações cada vez mais consumistas, resignadas, preguiçosas, egoístas, gananciosas, invejosas e falsas, que desistiram simplesmente de lutar por um futuro melhor. Para além disso, o sistema de ensino está caduco e inadequado às necessidades modernas e a educação familiar é quase inexistente porque as crianças já não sabem ser crianças e os jovens não têm respeito seja por quem for.

E onde fica a inspiração no meio disto? Não fica; desaparece, porque para sermos capazes de inspirar alguém, temos primeiro de nos inspirar a nós próprios, o que se torna gradualmente mais difícil de alcançar nos dias que correm, seja em que área for. A comunidade em geral desistiu de apreciar as coisas mais pequenas e mais puras da vida. Não digo que haja uma total falta de inspiração, apenas creio que acontece com muito menos frequência e aceito que possa ser somente uma distorção da minha percepção em relação ao que me é transmitido pelo que me rodeia.

A inspiração não acontece por acaso, tem de ser procurada com afinco e encontrada todos os dias. Mesmo quando não temos qualquer ensejo de o fazer. Quando me sinto mais necessitada de inspiração para escrever tento, sempre que possível, fazer um detox da rotina: ir passear ou passar um fim de semana fora, tal como fiz no fim do mês passado. Confesso que apesar de não ter sido perfeito, ajudou-me a recalibrar as energias e a organizar as ideias, daí que tenha resolvido dar um refresh ao template do blog (já agora, o que acham, está mais leve, certo?). Todos os pequenos momentos e detalhes podem ser uma fonte de inspiração, nunca se sabe o que vai aparecer no caminho, basta prestar atenção e aproveitar ao máximo.

sábado, 23 de junho de 2018

A Linguagem Secreta das Irmãs, Luanne Rice





Tinha este livro há já dois anos na minha lista de livros para ler e, apesar de ainda estar a digerir o final da história, posso afirmar que valeu a pena a espera. A autora transmite uma mensagem de senso comum muito forte ao colocar a questão de mandar mensagens a conduzir como mote para o desenrolar da narrativa. Porém, a peça-chave deste romance é a relação entre duas irmãs que são as melhores amigas e se vêem confrontadas com uma situação horrível que ninguém deveria ter de enfrentar, por causa de um erro crasso cometido por ambas. São raros os livros que me trazem lágrimas aos olhos e este foi um deles, porque apesar de as suas vidas terem mudado completamente numa fracção de segundos, ambas encontram forma de se conciliarem consigo mesmas e reconciliarem uma com a outra. Esta é a outra ilação importante a retirar desta história: que um irmão ou irmã deve valer mais do que mil amigos; isto nem sempre acontece porque as pessoas são complicadas e diferentes umas das outras, mas a verdade é que não há relações nem vidas perfeitas, por isso, devemos aceitar-nos uns aos outros como ser humanos imperfeitos que somos. Sem dúvida uma excelente leitura que recomendo vivamente, sobretudo a quem tem irmãos ou irmãs.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Limões na Madrugada, Carla M. Soares





Confesso que após a leitura d' O Cavalheiro Inglês (ainda não tive oportunidade de ler O Ano da Dançarina) não estava à espera de nada tão brutal, vivido e realista! Este romance é em tudo diferente daquilo a que o estilo da autora nos habituou, pois trata-se de uma narrativa intensa, repleta de suspense e mistério que é impossível largar da primeira à ultima página, igualmente escrita com a mestria de uma grande contadora de histórias. Carla M. Soares trata o tema da violência doméstica e a possível repercussão nas gerações posteriores, que tem vindo a ser um problema social desde há séculos, numa época em que não era permitida qualquer interferência social, sobretudo em meios mais pequenos como vilas e aldeias, onde tudo se sabia, mas de tudo se fazia segredo, ou seja, as pessoas acabavam por ser cúmplices daquilo que hoje condenamos como crime público. Por outro lado, trata também a complexidade do amor familiar e conjugal, onde as regaras se confundem e misturam, até deixar de se perceber os seus limites. É assim, pela sua versatilidade que se distinguem os bons escritores.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Feira do Livro: Segunda Ronda!






Portanto, ontem foi dia de voltar à Feira do Livro para aproveitar a Hora H e trouxe estes dois comigo, embora me apetecesse (muito!) trazer mais um ou dois...Talvez tenha sorte e ainda lá volte, talvez não; pelo menos já tenho leitura para o início do Verão! A Feira é uma verdadeira tentação para quem é amante da leitura e bibliófilo compulsivo, mas vale a pena, quanto mais não seja por um final de tarde bem agradável, para além de todas as actividades disponíveis. 
E vocês, já lá foram? Ou ainda estão a pensar se vão? Aproveitem e boas leituras!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis, Augusto Cury





Não tenho o hábito de ler livros de auto-ajuda, porque sempre os achei um bocado, não diria fúteis, mas talvez inadequados, imprecisos e exagerados. O certo é que a leitura de Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes, despertou-me o interesse para o trabalho deste autor, que é também psicoterapeuta e psiquiatra. Assim, ao procurar saber mais, descobri este livro muito interessante, intitulado Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis. O livro é dirigido em especial às mulheres, mas os homens também deviam lê-lo, afinal somos todos humanos em constante evolução!

A primeira sensação que este livro me transmitiu foi que, de facto, conhecemos muito pouco de nós próprios enquanto seres humanos, pois esquecemos-nos constantemente da nossa natureza errática e tornamos-nos intolerantes para connosco e para com os outros. A segunda sensação foi que a vida tem uma forma ironicamente engraçada de nos abrir os olhos quando precisamos, até porque é um facto que não usamos a capacidade total do nosso cérebro e se assim fosse, talvez fôssemos mais felizes.

À partida pode parecer uma lamechice, mas acreditem que não é, porque neste livro, Cury transmite uma panóplia de ideias ou linhas de pensamento que vale a pena explorar e analisar, quanto mais não seja pelo facto de que temos de nos amar e respeitar, se queremos que os outros o façam. Considero realmente interessante a ideia de reeducar o Eu para ser autor da própria história. Será que estou assim tão desfasada de mim mesma?, interrogo-me. Não sei se estou preparada para descobrir a resposta, mas vale a pena tentar. E vocês, ficaram curiosas/os? Leiam este livro e descubram!

Feira do Livro: Primeira Ronda!






Olá caros leitores!
Como podem ver pela foto acima, na passada sexta-feira, dia 25 de Maio, estive na Feira do Livro à espera que viessem conversar comigo sobre a minha antologia poética, Este Mundo e o Outro. Apesar da sessão ter ficado um bocadinho aquém das expectativas, valeu a pena ver o livro exposto para que o possam admirar e comprar e como forma de me dar a conhecer enquanto autora. Para além disso, ainda trouxe comigo a minha próxima leitura que será o  Limões na Madrugada, da Carla M. Soares:




E vocês, já tiveram oportunidade de passar pela feira? Aproveitem, porque é a melhor altura para comprar livros e diminuir as listas de desejos! Não se esqueçam de partilhar o blog e visitar o meu site Escritora Oficial. Bem-haja e boas leituras!

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Reflexões #20 - Disparidade de Género na Literatura





Ontem deparei-me com uma publicação sobre um artigo do jornal Público online que me deixou a ranger os dentes de raiva contra a falsidade de uma sociedade que se diz livre e igualitária, mas não o é em aspecto algum. Neste caso em particular no que diz respeito às disparidades salariais entre homens e mulheres. É um facto que, seja em que área do mercado de trabalho for, as mulheres ganham menos do que os homens - esta realidade é vergonhosa, mas está comprovada - o que também se reflecte no mundo editorial.

No que diz respeito ao assunto do dito artigo, o mesmo afirma que o preço dos livros desce para quase metade quando são escritos por mulheres... (leiam o artigo aqui: http://p3.publico.pt/nao-publicado/26070/se-escrito-por-uma-mulher-o-preco-do-livro-desce-para-metade-revisto#.WvrCQWOfAdg.facebook). Logicamente que isto não é só fruto da dita disparidade de género; há também, ainda hoje, um grande preconceito geral sobre a literatura escrita por mulheres.

Eu estava consciente de que há muito machismo também no mundo da literatura, só nunca pensei que a situação fosse assim tão ultrajante, sobretudo porque como mulher, escritora e ser humano, acredito que as mulheres são tão ou mais capazes do que os homens de escrever boa literatura, capacidade essa que não tem feito outra coisa desde há três séculos senão dar provas da sua excelente qualidade!

Para mim é inadmissível que esta discriminação continue a ser permitida e perpetrada pela sociedade moderna em geral, seja em Portugal, seja no resto do mundo. Por isso, meninas, se querem ser escritoras, sejam, tornem-se as melhores escritoras que conseguirem e abram os olhos daqueles que vos rodeiam com a vossa escrita, e escrevam sempre, até sentirem que a escrita é sublime e excelente porque vocês trabalharam para isso. e assim, vamos provar aos homens que somos muito melhores escritoras do que eles, porque nos empenhamos com mais dedicação e damos o nosso melhor sem no importarmos com com o que pensam de nós e porque para escrever bem há que ter coragem para o fazer, coisa que nós temos de sobra!

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Sessão de Autógrafos 88ª Feira do Livro de Lisboa!





Olá! Tal como prometido, trago-vos novidades. Este ano a Feira do Livro de Lisboa vai ter um gozo especial para mim porque vou lá estar pela primeira vez como autora! Para quem quiser, é uma boa oportunidade de me conhecer e levar para casa um exemplar autografado, por isso, aqui fica o convite oficial. Por favor, apareçam e contribuam para que este dia seja ainda mais gratificante. Bem-haja e boas leituras!


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Pedaços de Escrita #62





Engraçara com uma saia vermelha às bolinhas brancas, que fazia conjunto com uma camisa de ganga, mas naquele momento não tinha possibilidades de adquirir aquele conjunto que tão bem lhe ficou. Decidiu então pegar num mealheiro e começar a juntar dinheiro, pondo lá dentro todos os trocos que lhe restavam ao fim do dia. Depois de comprar o tal conjunto, continuou a juntar  dinheiro, desta feita para viajar pela Europa e concretizada a viagem, continuou a guardar dinheiro no mealheiro, hábito que posteriormente transmitiu aos filhos e aos sobrinhos.
- Se forem guardando todas as moedas no vosso mealheiro, terão sempre algum dinheiro para os vossos objectivos mais pequenos - disse-lhes quando lhes ofereceu os mealheiros.
Não era um hábito muito comum e aquela sua particularidade acabou por lhe valer bons momentos em família e poucas preocupações, porque apesar de o seu salário de bibliotecária não ser nenhuma fortuna e o marido ter uma situação financeira favorável, conseguia viver tranquilamente dentro das suas possibilidades, sem gastos desnecessários, era uma questão de principio que ela queria transmitir aos filhos. Além disso, toda a gente sabe que o dinheiro não traz felicidade, apesar de estarmos todos dependentes dele para viver a nossa vida, uns mais do que outros; o truque é não deixar que isso consuma a nossa existência.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

88ª Feira do Livro de Lisboa!






Como vem sendo hábito desde há cinco anos, venho por esta altura lembrar-vos de que está quase a chegar a Feira do Livro de Lisboa, que entra na sua 88ª edição este ano. Para além de ser uma excelente oportunidade de passar bons momentos em família e entre amigos, é também, para alguns a oportunidade perfeita para conhecer alguns autores e levar para casa uns exemplares autografados. Na minha opinião é sempre o evento literário do ano, mas este ano vai ser ainda mais especial. Fiquem atentos ao blog, porque em breve haverá novidades sobre isto.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Dia Mundial do Livro 2018






Portanto, hoje comemora-se mais um Dia Mundial do Livro e não podia deixar passar a oportunidade, como leitora e como escritora, de vos relembrar de como a leitura e importante a todos os níveis, porque ao ler não só viajamos para outros lugares e evadimo-nos por momentos da realidade, como estimulamos a nossa memória e outras áreas do cérebro. Para além disso, a leitura faculta-nos, por vezes, a capacidade de entender melhor as pessoas. Por isso, desafio-vos a celebrar este dia com um livro, de preferência novinho em folha (e porque não uma antologia poética, por exemplo, a minha: Este Mundo e o Outro?), ou então com a re-leitura de um dos vossos preferidos. E não se esqueçam de partilhar o vosso amor pela leitura com a família e os amigos! 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Pedaços de Escrita #61





Aquilo a que chamam jogos de azar também podem ser jogos de sorte, se soubermos jogar. Claro está que para isso é preciso ser paciente e esperar, mas as pessoas, de forma geral, já não sabem fazer isso, o que é uma pena. Querem tudo no agora , têm medo do ontem e do amanhã; coitadas, esqueceram-se do que é viver! Viver não é correr de compromisso em compromisso sem estar realmente em parte alguma, não é trabalhar todos os dias até altas horas da noite sem se aproveitar tempo com a família, não é dizer que não se tem tempo para os amigos e etc.

Viver é apreciar as pequenas coisas, é respirar um dia de cada vez, é celebrar com quem amamos, é conquistar os sonhos, vivê-los e sonhar outros, é estar em constante harmonia connosco e com os outros, é saber respeitar a Natureza - isso sim é viver bem! Porque o importante é o que fazemos com o tempo que temos sem que haja espaço para arrependimentos: para uns basta um salto de fé , para outros é preciso ganhar coragem e tomar um fôlego de ousadia para serem felizes.

E essa é a questão: a eterna busca pela felicidade, que num momento parece tangível e no seguinte escapa-nos por entre os dedos. E será que vale a pena procurar infrutiferamente algo tão efémero? Não, claro que não, porque a felicidade não se encontra debaixo das pedras da calçada; a felicidade constrói-se todos os dias com a realização pessoal, para a qual devemos trabalhar afincadamente. No fundo, é só mais uma conquista, aquela que muito poucos são capazes de alcançar.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Reflexões #19 - Apoiar a Literatura Lusófona





Agora que faço oficialmente parte do mundo da escrita, posso afirmar com conhecimento de causa que não é fácil ser um(a) autor(a) recente no mercado português, por todas as razões e mais algumas (as quais providenciariam uma lista demasiado longa para serem aqui enumeradas). Para além disso, tenho constatado que a maioria das pessoas que almejam escrever um livro ou não têm a devida preparação (acham que basta escrever as ideias conforme estas lhes surgem) ou, por outro lado, acabam por deixar a ideia de lado por terem medo de arriscar e serem rejeitadas.

Para mim nem uma coisa nem outra fazem sentido. Primeiro, porque quem quer realmente enveredar por esta vocação, fá-lo de corpo e alma; segundo, porque adquire desde cedo o hábito de trabalhar a escrita. Esta é a questão-chave de se ser um(a) bom(a) escritor(a): não basta escrever, há que trabalhar e melhorar um pouco de cada vez, procurando exercitar a escrita com a maior regularidade possível e ser paciente ao escrever, de modo a que cada projecto receba a atenção devida. Li recentemente alguns blog posts sobre isto e concordo plenamente com os autores quando afirmam que para escrever bem é necessário trabalhar disciplinadamente todos os dias. Para isso devemos definir metas / objectivos / prazos (aquilo que funcionar melhor para cada um) e cumpri-los em vez de procastinar!

Seguir o exemplo e os conselhos de um autor que admiram pode ser um bom ponto de partida, mas tenham em atenção que me refiro a autores verdadeiros, daqueles que efectivamente escrevem literatura e não daquelas pessoas cujo mediatismo vos leva a ler somente os livros delas, sem as mesmas terem comprovado o seu valor literário! Por isso vos peço: por favor, apoiem aqueles autores que realmente merecem crédito pelo seu trabalho, até porque há muito bons autores portugueses, veteranos e novatos que precisam desse reconhecimento.

Leiam e partilhem o trabalho dos autores que ficam na sombra, mas sobretudo leiam os novos autores portugueses! E se quiserem escrever, escrevam a sério, reescrevendo e lendo o vosso trabalho, escrevam todos os dias e assumam-se como escritores.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Reflexões #18 - Desfazamento Cultural





Ultimamente, tenho-me apercebido de que há muita coisa deturpada a nível cultural na nossa sociedade portuguesa, o que me levou a indagar: Afinal o que aconteceu à nossa cultura, que era tão rica em tradições e que agora não passa de um fantasma? Se a nossa cultura faz parte da nossa identidade enquanto povo e país, então por que razão não a preservamos e cultivamos? Porque é que a deixamos degradar-se diante dos nossos olhos?

Não falo somente acerca da controversa questão dos apoios às artes que tanta discussão tem gerado, segundo as notícias mais recentes, mas também sobre todos os outros aspectos! Irrita-me profundamente o aparente desprezo e indiferença demonstrados para com aquilo que é uma das bases fundamentais da nossa existência enquanto nação individual. É por isso que, como cidadã e como escritora, não posso tolerar este comportamento desrespeitoso para com a cultura portuguesa cultivada pelos nossos antepassados ao longo de gerações.

Acontece que, por exemplo, mesmo as tradições mais emblemáticas da passagem do ano, como a Páscoa e o Natal, alturas em que se deveria prezar estar em família, celebrar e agradecer as benesses da vida, chegaram aos dias de hoje tão deturpadas que duvido que alguém saiba a sua devida origem. Mas, mais uma vez, para que a situação mude, tem de haver força de vontade de parte a parte, pois é preciso que todos para o objectivo comum; infelizmente, dado o actual estado das coisas, esse passo importantíssimo está ainda muito longe de acontecer. Resta-nos, talvez, esperar que alguém reclame para si a coragem de avançar e chamar quem de direito à razão, porque isto assim não pode continuar, não podemos viver com uma cultura desvalorizada!

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Top 25 Recomendações!





Olá! Há algum tempo que estou para escrever este post sobre algumas das leituras que gostaria de recomendar pessoalmente. Não tenho por hábito fazê-lo, mas acho que de vez em quando também é preciso. Assim, passo a apresentar o meu Top 30 dos livros que na minha opinião todos deveriam ter oportunidade de ler, pelo menos uma vez na vida:


1 - História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, de Luís Sepúlveda, que nos conta uma história de amizade entre dois seres diferentes que nos ensina a aceitar a diferença como elemento natural do mundo que nos rodeia;


 2 - Aparição, de Virgílio Ferreira, foi um livro que, apesar de debater filosofias existencialistas, me tocou por diferentes motivos, mas sobretudo no que diz respeito à dor da perda e ao processo do luto;


 3 - Very Good Lives, o famoso discurso de J. K. Rowling, que nos confronta com a dura realidade do pós-faculdade, aquele período em que andamos todos um bocado perdido, julgo eu; pelo menos foi o que senti (e ainda sinto!);


 4 - O Filósofo e o Lobo, de Mark Rowlands, uma narrativa sincera e sentida que nos leva a reflectir sobre a nossa relação com o mundo natural e connosco próprios enquanto seres humanos. Afinal, o que sabemos nós sobre as leis naturais?


 5 - The Christmas Magic, de Cathy Kelly, é uma maravilhosa colecção de contos sobre as vicissitudes e adversidades da vida que todas nós, mulheres, enfrentamos todos os dias e em todas as relações que mantemos com as pessoas que nos rodeiam. Relembra-nos que o importante é manter o espírito, sobretudo durante the most wonderful time of the year!


 6 - Sense and Sensibility, de Jane Austen, cujo estilo irónico reflecte bem a intenção crítica da autora face aos valores obsoletos da sociedade do seu tempo;


 7 - Pride and Prejudice, de Jane Austen, cuja sagacidade e frontalidade reflecte a possibilidade de superar diferenças de opinião e de valores, mas que também confronta a realidade da condição feminina durante o século XIX;


 8 - Little Women, de Louisa May Alcott, que nos ensina a olhar em volta e pensar em tudo o que a vida tem de bom; em como somos recompensados quando tomamos a atitude certa e em como nem tudo se resume aos bens materiais: a vida é muito mais do que isso; é a partilha, o encontrar esplendor nas pequenas coisas, é viver um dia de cada vez;


 9 - Peter Pan, de J. M. Barrie, uma das minhas histórias favoritas, embora já o tenha lido tarde; um dos eternos clássicos sobre a infância que relembra a importância da imaginação e do deslumbramento de descobrir o mundo;


 10 - The Hobbit, de J. R. R. Tolkien, a história de como a vida tranquila e rotineira de Bilbo Baggins foi interrompida por uma aventura extraordinária que o levou a descobrir-se capaz de fazer e dizer coisas completamente inesperadas; 


 11 - Alma Rebelde, de Carla M. Soares, um dos melhores romances históricos da literatura portuguesa contemporânea, que aborda a questão da condição da mulher e as consequências dos casamentos combinados, a ascensão social e a glória antiquada;


 12 - Harry Potter, de J. K. Rowling, incontornável e intemporal, a história do rapaz que sobreviveu à maior das crueldades contra todas as probabilidades e se tornou um herói para a comunidade de feiticeiros, que encantou uma geração e continua a deslumbrar miúdos e graúdos;


 13 - As Crónicas de Nárnia, de C. S. Lweis, um dos melhores clássicos da literatura infanto-juvenil cuja semelhança com os romance de cavalaria e a evocação da mitologia cristã, nos apresenta uma história fantástica de lealdade, fé e confiança;


 14 - A Saga das Pedras Mágicas, de Sandra Carvalho, uma das melhores sagas do high fantasy português, um género que começa agora a dar cartas, mas tem ainda muito por que lutar;


 15 - O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, o grande fenómeno da literatura inglesa que me maravilhou aos vinte anos, uma das poucas narrativas que me transportaram para dentro da história;


 16 - A saga de Sevenwaters, de Juliet Marillier, onde mergulhamos numa viagem maravilhosa pelas tradições da Irlanda antiga, um misto de aventura e deslumbramento, tal como acontece nas restantes obras desta autora;


 17 - Crónicas da Terra e do Mar, de Sandra Carvalho, cujo intercalar de um dos momentos mais marcantes da nossa História com uma história fantástica e empolgante, fascinante do princípio ao fim;


 18 - Chocolat, de Joanne Harris, uma das trilogias mais envolventes sobre as tradições antigas daquilo a que tão levianamente chamamos magia, à msitura com os sabores e os sabores que se escondem por detrás da arte de fazer chocolate;


 19 - This is not the end of the Book, de Jean-Philippe de Tonnac, o qual conduz uma interessante conversa entre Umberto Eco e Jean-Claude Carrièr sobre o futuro e a sobrevivência do livro na era tecnológica em que vivemos;


 20 - A Lua de Joana, de Maria Teresa Maia Gonzalez, uma narrativa que ilustra de forma eloquente o modo como as más experiências podem influenciar a nossa vida e como a perda pode ser dificil de compreender quando é impossível aceitar as razões que levaram a essa perda;


 21 - Teodora, de Luísa Fortes da Cunhas, uma das melhores histórias de fantasia em bom português: aventura, mistério, enigmas e tradição...vale mesmo a pena descobrir as maravilhas que se escondem por detrás do sétimo carvalho! 


 22 - O Cavalheiro Inglês, de Carla M. Soares, é um romance muito divertido mesmo atendendo à época a que alude, repleto de peripécias familiares, sociais, amorosas, enternecedoras e inquietantes, que acompanham o crescimento e desabrochar da protagonista face ao mundo que a rodeia;


 23 - A Filha do Barão, de Célia Loureiro, para além de realçar um dos grandes marcos da nossa História (as invasões franceses), é uma história de amor que retrata uma época em que a condição da mulher era, sob todos os aspectos, revoltante, e que insinua uma certa esperança na crença de um amor verdadeiro e duradouro;


 24 - A Livraria dos Destinos, Veronica Henry, tanto nos fala de amor e amizade como de perda e superação, honestidade e falsidade, repleto de personagens fielmente humanas, às quais é impossível ficar indiferente;


 25 - Os Imperfeitos, Cecelia Ahern, mostra-nos que o conceito de perfeição é ilusório, contraditório e inexistente. A alegoria perfeita para uma questão que, sinceramente, permanece por responder: o que é a perfeição?