quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Obrigada pelas Recordações, Cecelia Ahern





Mais uma vez, Cecelia Ahern esmerou-se na elaboração deste romance, onde o real e o imaginário se cruzam sempre da maneira característica da autora. O que acontece a Joyce podia acontecer a qualquer pessoa, se uma transfusão se sangue foi mais do que o que realmente é. Como é seu hábito, Ahern faz-nos sentir um turbilhão de emoções com cada um dos seus romances, mas sempre diferencia as lições a tirar de cada história; aqui, diria que talvez nem sempre uma coincidência seja só uma coincidência e por vezes, as oportunidades pela quais ansiamos se encontrem mesmo debaixo do nosso nariz e compete-nos a nós, não as desperdiçar. Há ainda outra coisa que considero importante reter, que é o facto de que na maior parte das vezes, estamos de tal modo agarrados ao que conhecemos e sabemos estar mal, que nos falta a coragem de enveredar por outro caminho, visto que as situações dolorosas são muito difíceis de enfrentar e quando nada quotidiano faz sentido, tentamos tirar sentido de coisas quase impossíveis de acontecer. Esta autora tem o dom de continuar a surpreender-me e cada vez aprecio mais a sua escrita fluída e leve, que proporciona uma leitura descomprimida, mesmo referindo assuntos tão sérios que fazem parte do nosso quotidiano enquanto pessoas.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Livros novos!























Acontece que tive a sorte de passar em Portimão na precisa altura em que se realizava uma feira do livro e arrecadei mais estes dois para a minha biblioteca em constante crescimento. Serão estas as minhas próximas leituras, após a segunda leitura de A Máscara da Raposa, a comentar aqui no blog. Votos de bom Verão e boas leituras! Bem-haja!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Harry Potter, J.K.Rowling





Como não poderia deixar de ser, partilho agora convosco, a minha opinião sobre a saga que fascinou toda uma geração, que atingiu o sucesso inesperado num curto espaço de tempo e que continua a inspirar crianças e jovens em todo o mundo. Considerada a obra-prima de J. K. Rowling, Harry Potter é sem dúvida uma das melhores obras da literatura juvenil. Ainda me lembro do furor causado pelo primeiro livros entre os meus colegas de escola e sei que acabei por pedi-lo como prenda de Natal; li os primeiros três entre os nove e os dez anos e, por qualquer razão, só dei continuidade à leitura aos catorze ou quinze anos. O facto é que o universo fantástico criado por Rowling é inigualável, tal como acontece com outros grandes escritores. O rumo dos acontecimentos de um livro para o outro sucede-se a um ritmo alucinante, que suscita no leitor os mais diversos sentimentos: empatia, aversão, suspense, curiosidade, etc; para não falar no role de personagens, tão diferentes umas das outras como o dia da noite, que a autora criou. Está longe de ser uma história romanesca, sendo antes uma história de coragem, amizade, amor e sacrifício, mas também de lealdade e heroísmo; a história de um rapaz que sobreviveu contra todas as probabilidades à maior das crueldades e se tornou um herói para o mundo dos feiticeiros.

domingo, 3 de agosto de 2014

A Saga das Ilhas Brilhantes, Juliet Marillier





Esta obra foi, de facto, a primeira coisa que li de Juliet Marillier e já na primeira leitura, a história de Eyvind e Somerled, me suscitou sentimentos diferentes, não só por causa da estranha e improvável amizade que se estabelece entre dois rapazes tão diferentes, mas também devido às lições que nos ensina: que por vezes o nosso rumo não é aquele que almejamos, mas sim aquele que a sorte nos reserva, que em tudo deve existir equilíbrio, que é necessário lutar pela verdade independentemente dos sacrifícios e reconhecer o valor da vida e do amor. Por outro lado, adoro a simplicidade do relacionamento de Eyvind e Nessa, que é tão natural, tão puro e tão forte apesar das diferenças culturais que os separam, que desejamos que o mesmo aconteça na realidade.




Num ritmo mais rápido do que a narrativa anterior, a narrativa de Máscara de Raposa situa-se dezoito anos depois e dá vida aos filhos dos dois amigos: Thorvald e Creidhe. Ao contrário do volume anterior, esta obra trata de uma demanda em busca da própria identidade, uma viagem ao desconhecido que transforma  não só os dois amigos, mas também as personagens que os circundam. Também aqui surgem sentimentos diversos em relação a certas personagens, mas mais do que isso, há uma certa continuidade das lições transmitidas no livro anterior. Pode não ser do meus preferidos, mas o certo é que temas como amizade, amor, lealdade, sacrifício, etc, estão fortemente presentes e compõem esta história como só Juliet Marillier sabe fazer.