sábado, 30 de dezembro de 2017

Apetece(s) - Me, Laura Almeida Azevedo




Andei quase um ano ou mais para ler este livro, porque nem sempre há possibilidade de se ler quanto se quer. Por norma, um livro atrai-me a atenção pelo título ou pela sinopse; neste também contou o facto de ser de autora portuguesa. No entanto, não é a história que eu esperava que fosse, mas antes uma miríade de histórias sobre o amor e as muitas formas que este sentimento incompreensível e complicado pode assumir. Este livro é mais um daqueles que se integram no semi ou pseudo género literário que tem por base um blog.
Apesar de tudo, foi uma leitura simultaneamente curiosa e reflexiva, onde se nota o gosto pelo uso da palavra escrita, muito embora a diferença de tom entre os textos acabe por dispersar e confundir o leitor. Para além disso, é notória a versatilidade do discurso da autora, que tanto narra no feminino como no masculino. Este livro é uma boa opção para quem procura uma leitura leve, sem expectativas e, ainda assim, marcante.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Caminhos Controversos, Marta Sousa





Primeiro que tudo, fiquei surpreendida ao descobrir que a minha colega Marta Sousa também escrevia; este facto só prova que as pessoas estão sempre a surpreender-nos. Achei a história em si engraçada e interessante, merecedora de uma continuação. Em termos de estrutura do texto e construção frásica, pelo menos na minha perspectiva, faltou-lhe alguma revisão e coesão, o que, para uma escrita tão fluída e rápida, dificulta um pouco a leitura. Porém, gostei do resultado final deste pequeno livro que aborda a conjunção das temáticas do amor e da amizade de uma forma muito particular. Se tiverem oportunidade, leiam-no! Talvez vos surpreenda o quão controversa e tortuosa a sorte pode ser. 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Reflexões #13 - Tolerância e Superação





Desde há uns anos para cá que esta quadra perdeu alguma da sua magia natural. Talvez porque crescer implica ver as pessoas como elas realmente são, ou talvez porque somos naturalmente incapazes de aceitar todas as circunstâncias em que certas situações se desenrolam. A verdade é que, de modo geral, somos todos muito mais intolerantes do que temos coragem de admitir. E esta é a altura perfeita para falar de tolerância, muito embora eu acredite que a devemos pôr em prática sempre que possível.

Por falar em tolerância, lembrei-me recentemente de um dos meus livros preferidos, A História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, de Luís Sepúlveda, que após tantos anos depois da primeira leitura (acabei de o ler pela quarta vez!), continua a fazer todo o sentido, não só porque nos ensina a importância de aceitar o outro tal como é, como também a superarmos os nossos receios e dificuldades de coração. A minha parte preferida é quando Zorbas, o gato, assegura a Ditosa, a gaivota, que ser diferente não é algo necessariamente mau, porque é importante para nos lembrar que todos temos virtudes e defeitos, pontos fortes e pontos fracos:

Queremos-te gaivota. Sentimos que gostas de nós, que somos teus amigos, a tua família, e é bom que saibas que contigo aprendemos uma coisa que nos enche de orgulho: aprendemos a apreciar, a respeitar e a gostar de um ser diferente. É muito fácil aceitar e gostar dos que são iguais a nós, mas fazê-lo com alguém diferente é muito difícil, e tu ajudaste-nos a consegui-lo.
Zorbas, in A História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, Luís Sepúlveda.

Vi-me confrontada, aos onze ou doze anos, com uma das mais importantes e duras lições que alguma vez aprendi com um livro, porque é algo muito complicado de pôr em prática. Primeiro, porque a sociedade em que vivemos nos afasta constantemente do outro ao tornar-nos consumistas e egocêntricos, levando-nos a esquecer aquilo que mais importa: ao amor, a  amizade, o carinho, a coragem para fazer a diferença na vida daqueles que nos rodeiam e sermos a nossa própria mudança. Segundo porque vivemos presos ao medo de arriscar e vivermos de acordo com as nossas convicções.

Não sei se alguma destas questões será respondida ou tida em consideração, mas sei que há sempre uma razão pela qual um livro nos marca. Este marcou-me pela delicadeza e frontalidade com que são tratados os temas da tolerância e da superação. E porque esta quadra não é só comer, beber, trocar presentes, há que reflectir, ter compaixão, ser tolerante e saber perdoar; mas sobretudo, lembrarmo-nos de que não estamos sozinhos no mundo, que o outro também faz parte da nossa história, seja de que maneira for, porque a vida é mesmo assim, feita de experiências boas a más, mas acima de tudo, é para ser vivada. Atrevam-se a viver!

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Reflexões #12 - Ser Escritor/a





Quando (finalmente) se vive aquele sonho que se quer muito, há que alimentá-lo continuamente para que se expanda para além do horizonte. No entanto, não é fácil nutrir os nossos sonhos quando temos de enveredar por vários atalhos para conseguirmos fazê-lo, pois nem sempre existem recursos suficientes ao nosso alcance.

Logicamente, existe sempre uma parte de nós que fica entusiasmada e expectante em relação ao resultado da realização do nosso projecto; em contrapartida, há uma outra parte que "mantém os pés no chão" e sabe que determinadas coisas levem o seu tempo para acontecerem. Importa ter em conta que o primeiro passo está dado.

É o que acontece comigo, neste caso, em relação ao meu livro: em parte entusiasmada porque o livro existe, em parte receosa que fique esquecido. Apesar de ter consciência de que ainda demorará algum tempo até o meu projecto começar a dar frutos, o certo é que já se passaram dois meses! Há sessenta dias que o meu livro de poesia se tornou uma realidade, que o meu trabalho literário começou a dar os primeiros passos no mundo único que é a literatura.

A poesia é um género difícil em Portugal, é um facto. Mas é precisamente por essa razão que eu acredito, sinceramente, que os verdadeiros escritores, seja de que género for, devem lutar para repor o valor e o respeito que a nossa literatura teve em tempos.

Para um país que tem uma história literária tão rica como a nossa é uma vergonha que um dos pilares mais importantes da nossa cultura seja tão levianamente menosprezado e destratado quando se apelida de "obra literária" algo que, supostamente, foi escrito por alguém mediaticamente conhecido como figura pública. Essas pessoas não podem, de forma alguma, ser consideradas escritores!

O verdadeiro escritor é aquele que conhece e ama a palavra escrita, é aquele que tem o dom de brincar e trabalhar com ela a seu bel-prazer. O dom da escrita de ser respeitado na sua peculiaridade e raridade, pois nem todos o dominam, porque a palavra escrita é a arma mais poderosa que a Humanidade alguma vez criou e são bem poucos aqueles que a usam sábia e correctamente; é uma faca de dois gumes, pois tanto cura como magoa. 

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Apresentação da obra Este Mundo e o Outro!





Olá, caros leitores!
Venho comunicar-vos que vou realizar uma apresentação do meu livro, no dia 2 de Dezembro, pelas 15h no Auditório da Casa da Cultura D. Pedro V, em Mafra. Esta é a vossa oportunidade de ficarem a conhecer o meu trabalho poético e, se quiserem, adquirir o vosso exemplar! Se gostam de poesia, não deixem de aparecer; acrescento ainda que este evento está limitado a 59 lugares.
Até breve!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Divulgação no Diário de Notícias!






Olá, caros leitores! Hoje partilho convosco o anúncio de divulgação das novidades da Chiado Editora, que foi publicado ontem no Diário de Notícias e onde se encontra o meu livro! Por favor, divulguem-no! Bem-haja.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Já Chegou Este Mundo e o Outro!





Olá, caros leitores! Peço desculpa pela ausência, mas de vez em quando também necessito de me afastar do mundo tecnológico, para além de que não tenho tido grande abundância de temas. Contudo, trago-vos uma novidade: a minha antologia poética já está à venda!

Se estiverem interessados, procurem-me no Goodreads e façam as vossas encomendas através de mensagem privada na página de Facebook do blog! Estarei de volta com novas publicações assim que for possível. Boas leituras!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Pedaços de Escrita #57





Haverá algo mais fascinante do que regressar, vezes sem conta, a um sítio onde se foi verdadeiramente feliz e continuar a suster o fôlego de antecipação? Quem sabe? Quiçá se suceder o contrário e essa sensação se perder, é possível recuperá-la? Só o tempo o dirá, por muito longa que a espera seja. Ser perseverante não basta, há que ser paciente e ter esperança, que um dia o sol traga a mudança! Será, então, mais fácil ou mais difícil de suportar a ausência? Quiçá um dia encontre resposta para a dúvida que atormenta o optimismo e impede de seguir em frente.

Haverá algo mais inspirador do que encontrar flores vermelhas a flutuar o ar da manhã? Quiçá se leres bem os sinais, saibas percorrer facilmente os caminhos da vida e talvez chegues ao cume da montanha coberto de neve fresca, nunca antes tocada qual virgem donzela vestida de Primavera! Haverá forma mais bela de tocar um coração desalentado do que mostrar-lhe a beleza escondida no mundo natural? Quiçá um dia a humanidade abrande  a sua ânsia do imediato e encontre o equilíbrio de ir vivendo; quiçá reaprenda a apreciar as pequenas coisas que completam a perfeição de um momento! 

Reflexões #11 - A Roda do Tempo





A roda do tempo gira e torna a girar, impassível, e a imperfeição da vida conduz-nos a bom porto por caminhos tortuosos e acidentados. Comecei esta crónica há um ano, no intuito de valorizar o blog e dar-vos a conhecer melhor a minha escrita e algumas opiniões sobre determinados assuntos quotidianos de interesse particular. No fundo, propus-me falar sobre tudo e sobre nada.

Durante este último ano aconteceram muitas coisas e há ainda tanto a acontecer na minha vida que não sei bem se estou mais eufórica ou assustada! Tal como mencionei na crónica inicial, Setembro é para mim um mês de reflexão e recomeço; é-me impossível ignorar o apelo de explorar novas ideias e reinventar as velhas. Sinceramente, desejo apenas que rentrée seja mais generosa do que a anterior e me permita aproveitar a nova estação ao máximo!

A verdade é que nunca pensei que a realização do meu maior sonhos se concretizasse tão depressa e, agora que cheguei aqui, ao momento da verdade, não consigo deixar de pensar se serei capaz de lidar com o que se segue, pois a ansiedade começa a apertar e efeito da adrenalina faz-se sentir em força. Esta mudança tanto me faz levitar de satisfação, como me deixa atordoada, porque, afinal de conta, o meu trabalho está a ser reconhecido e mostrado ao mundo!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Encontro em Itália, Liliana Lavado





Para aquilo que o título e o resumo prometem, este livro ficou muito aquém das minhas expectativas, não só pela breve (e quase irrelevante para o resto da história) passagem em Itália, mas também por causa do final inesperado e confuso. Espera algo diferente, sim,  mas sem os extremos que a narrativa apresenta. É raro, mesmo com livros maiores, levar cerca de um mês a ler, mas o certo é que o enredo (bem construído, diga-se) não foi tão cativante quanto gostaria que fosse, apesar do ritmo rápido e fluído que a narrativa apresenta. Para uma primeira tentativa literária é, talvez, comprido demais, na minha opinião, e está muito bem para quem acredita em anjos, mas para quem não liga muito a esse género de mitologia ou sobrenatural, torna-se mais difícil descortinar o propósito da autora. Não desgostei totalmente, no entanto está longe de ser dos melhores que já li.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

A concretização de um sonho!





Olá! Eu sei que tenho andado ausente, mas foi por uma boa causa. Este ano vou ter finalmente a sorte de ver o meu trabalho literário reconhecido, ou seja, vou publicar o meu primeiro livro!

Contra todas as expectativas (até as minhas) trata-se de uma antologia poética, onde juntei todos os poemas que escrevi ao longo dos últimos anos, um pouco como forma de manter o ritmo da escrita a fluir nas alturas mais críticas em termos criativos.

Ainda terão de esperar algum tempo para o ver nas livrarias, mas em todo o caso, se estiverem interessados, aceito encomendas através do email disponível no meu perfil.

Bem-haja!

sábado, 8 de julho de 2017

Reflexões #10 - Inevitabilidade da Vida





É inerente ao nosso ser consciente questionar tudo, até mesmo a própria existência: O que faço aqui? Qual é o propósito da minha vida? Porque é que devo fazer isto ou dar-me com aquele? No entanto, nada disto importa quando nos damos conta das mudanças que a passagem do tempo acarreta e constatamos que a nossa vontade exerce pouca influência sobre as mesmas. As estações vão e vêm, os anos passam e tornam determinados momentos e vivências em memórias preciosas; há outros que perdem o rumo e tornam-se irrecuperáveis.

Há uma determinada altura na vida, quando somos ingénuos e despreocupados o suficiente, quando na flor da juventude muitos acreditam que são invencíveis e vivem para sempre e outros acham que têm de viver tudo de uma vez, porque têm medo de não ter tempo. Sinceramente, é difícil saber onde encontrar o equilíbrio e quem sabe limita-se a ir vivendo conforme o tempo e a idade permitem. Por outro lado, aceitar as mudanças que advêm do perecimento de alguém querido nem sempre se torna mais fácil com a passagem do tempo; sobretudo quando, posteriormente, a dita situação acarreta ter de gerir um património, por mais pequeno que seja, porque são demasiadas cabeças a sugerir ideias e a ditar sentenças. É por isso que se vai fazendo, aos poucos e poucos, com muito boa vontade, aquilo que se pode. Caso contrário, arriscamo-nos a tornar-nos memórias perdidas na imensidão do tempo.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O Grito do Corvo, Sandra Carvalho





Depois das atribulações do volume anterior, fiquei completamente assoberbada pelas emoções que este último volume carrega! É impossível largar o livro e nada nos faz prever as reviravoltas que surgem no final da história, mas como vem sendo hábito nas narrativas da Sandra Carvalho, o amor vence sempre, mesmo quando tudo parece perdido. Mais do que as contradições impostas às personagens, a aura de suspense submerge o leitor na ansiedade de saber o que acontece a seguir. A autora tem, sem dúvida, uma escrita arrebatadora que continua a surpreender e não deixa ninguém indiferente, contruindo narrativas repletas de personagens aguerridas e muito humanas, que penam muito para conquistar a sua felicidade, mas não desistem.
Que venham muitos, muitos mais livros da autora!

Visita à Feira do Livro!





Quase que não conseguia lá ir este ano, mas consegui! Esperava poder fazer uma maluquice e trazer os sete que se encontravam na minha lista;  como tal não me foi possível, só trouxe estes dois: O Grito do Corvo, Sandra Carvalho e Encontro em Itália, Liliana Lavado. Junto assim, mais uma autora portuguesa que desconhecia ao meu reportório literário. A Feira esteve, de facto, maior, apesar de não a ter conseguido aproveitar devidamente, uma vez que lá fui somente na loucura da Hora H. Talvez para os ano se proporcione uma oportunidade mais favorável! Até para o ano Feira do Livro!

Boas leituras!


sábado, 3 de junho de 2017

Reflexões #9 - Salto de Fé





Por providência divina, ironia do destino ou pura sorte, às vezes ocorre uma sucessão de acasos felizes que não poderíamos ter antecipado. Ou talvez pudéssemos, se tivermos feito algo para que isso aconteça ou caso resulte o esforço que empreendemos no nosso trabalho. A verdade é que aquele discurso primoroso de que "tentar não custa" (difícil de crer para quem tende a cair o pessimismo) não é assim tão descabido se considerarmos o facto de que as melhores histórias nos ensinam isso mesmo: que, às vezes, basta acreditarmos em nós próprios e darmos um salto de fé.

Claro está que essa ideia só por si não nos leva a lado nenhum, porque é preciso trabalhar afincadamente para atingir os nosso objectivos, sejam quais forem, e nada nos garante que os concretizemos. Mas se aliarmos o nosso esforço à esperança e à paciência, é possível que se nos abra uma janela de oportunidade e, então sim, talvez consigamos chegar onde queremos estar. No seguimento da reflexão anterior, tudo se torna mais fácil quando insistimos naquilo que realmente queremos. Foi o que eu fiz e eis que se abriu a minha janela de oportunidade para ver o meu trabalho publicado e reconhecido.

É o concretizar do meu maior desejo profissional, embora este passo requeira ainda muito trabalho da minha parte. O mais interessante é constatar que, de facto, cada um de nós tem a força e o poder de concretizar os seus sonhos. Parece que a providência resolveu lançar os dados a meu favor e agora, resta-me agarrar esta oportunidade com ambas as mãos e continuar a trabalhar para ir mais longe.

sábado, 20 de maio de 2017

87ª Feira do Livro!





Olá! Bem sei que tenho andado ausente e que é em cima da hora, mas aproxima-se mais uma edição da Feira do Livro de Lisboa, no sítio do costume. Este ano a feira decorre entre 1 e 18 de Junho e ao que parece, está ainda maior e melhor. Vamos ter mais autores, mais editoras, mais livros, mais feira do livro para um início de Verão em grande. Afinal, trata-se da 87ª edição deste evento literário tão especial. Da minha parte, sei que quero muito passar por lá, mas ainda não sei quando. Fiquem atentos ao blog!

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Pedaços de Escrita #56





Depois do calor inesperado e despropositado, veio aquela chuvada fria, carregada de nuvens sombrias e de mau augúrio. Desceu a temperatura abruptamente, desnorteando o termóstato biológico de toda a gente: ora se sente calor, ora se sente frio! É uma doidice pegada quando a chuva chega na altura errada, dando aso a um ininterrupto chove, faz sol, chove, faz sol, sem lógica nenhuma.

Já nada é certo como antigamente: o frio no Inverno, o ameno na Primavera e no Outono e o calor no Verão. O que aconteceu ao tempo para andar todo trocado? São as incongruências da nossa era, as consequências das más decisões e das trafulhices que os ricos e poderosos fazem, apenas para se tornarem mais ricos e poderosos, ao invés de empreenderem esforços conjuntos na preservação do equilíbrio natural, tão essencial à coexistência entre o Homem e a Natureza.

As boas acções são cada vez mais raras, conforme aumenta o egocentrismo e o narcisismo. A juventude de hoje já não se contenta com a simplicidade que o mundo tem para oferecer e complica a felicidade ao desejar igualar os seus pares, em vez de abraçar a diferença. O que se passa com as famílias e as escolas, cujos princípios parecem desmoronar-se? Anda tudo às avessas e já ninguém conversa sem ser através da tecnologia, demasiado acessível e evolutiva, mesmo nociva! Afinal, o que se passa com o mundo em geral e com as pessoas em particular, que já não sabem apreciar a beleza das pequenas coisas que lhes surgem diante dos olhos? Será desejar demais que nos tratemos como iguais, sem medos e sem constrangimentos?

Deixemo-nos de palavras não cumpridas e de utopias, mudemos as regras agora, porque está na hora de fazer o que manda o coração! Chega de infantilidades e cobardias, há que ter coragem de ser feliz e de o ser hoje, agora, neste momento, porque o passado já foi, não o podemos mudar, mas o futuro incerto só depende dos passos que damos no presente.

Reflexões #8 - Tentar, Falhar, Tentar, Conseguir





Quantas e quantas vezes nos apercebemos que todos os dias travamos uma constante luta de vontades que perdemos sempre? Quantas e quantas vezes nos dizem que os falhanços fazem parte da vida e só nos fortalecem? E quantas e quantas vezes insistimos no mesmo caminho?

Ou seja, imbuem-nos a noção de que o que importa é o gesto de tentar, ou ir tentando, melhor dizendo, até alcançarmos o objectivo pretendido. No fundo, transmitem-nos a ideia de que aquilo que nos estiver destinado há-de surgir na nossa vida mais cedo ou mais tarde. Porém, ter fé ou acreditar neste género de perspectiva, ou forma de pensar, não é assim tão fácil para quem tem tendência a cair no pessimismo e na autocomiseração. Estes são dois aspectos que ainda estou a tentar resolver para ser mais feliz, tal como aprender a relativizar.

É um ciclo vicioso difícil de quebrar, mas que se torna minimamente suportável devido à existência daquela vozinha insistente que me impede de desistir dos meus sonhos. É por essa razão que o pequeno poema que escrevi há poucos dias talvez seja o último da minha antologia poética: porque me cansei de ficar calada, porque quero que o mundo oiça o que tenho a dizer, uma vez por todas! E depois seja como a providencia determinar, porque pelo menos tentei.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Filhos do Vento e do Mar, Sandra Carvalho





Eis que, três desesperantes anos depois, surge a tão aguardada continuação de O Olhar do Açor; mais posso dizer que o desenlace vem no seu encalço dentro de um mês! É completamente impossível resistir e ficar indiferente à escrita de Sandra Carvalho e este volume, carregado de atribulações, revelações, mal-entendidos, narra a viagem na qual, em parte, Leonor e Guida se vêem forçadas a embarcar para sobreviver. É então que Leonor descobre capacidades que desconhecia, à medida que descobre que, de certo modo, a sua história se entrelaça com a dos piratas que tanta aversão lhe causavam, tornando-se mais forte ao abraçar o legado paterno; ao passo que Guida se torna medrosa e cautelosa demais, tornando quase excessivo o seu ensejo de proteger a amiga. Agora que a verdade foi revelada, o que será que irá acontecer antes do fim da viagem? Tomara que a providência do destino não se engane e o próximo volume leve esta história a bom porto!

quinta-feira, 20 de abril de 2017

e Deus fez-Se célula, Manuel Martinez-Sellés





Ofereceram-me este livro minúsculo no meu aniversário e, apesar de torcer o nariz a este género de tema, foi uma leitura interessante do ponto de vista da mera curiosidade. Sim, porque não imaginava cruzar-me com algo que tenta justificar factos biológicos com certas teorias teológicas, ainda para mais escrito por um médico com sete filhos! Porém, tenho de concordar que há certos procedimentos que causam muita estranheza e talvez até possam ir contra a lei natural das coisas, mas não exageremos. Na minha perspectiva, a vida deve ser respeitada, sim, mas há ocasiões em que, por exemplo, o aborto deve ser considerado uma opção para a mulher sem ser visto como crime ou "pecado", porque tudo depende das circunstancias e das convicções de cada um, tal como acontece com a decisão de ter filhos ou não, pois nem toda a gente tem esse ensejo. Por vezes a nossa própria biologia decide por nós, restando-nos apenas a conformação, pois quanto mais pensamos e insistimos em procurar a melhor forma de viver a vida, menos vivemos o presente.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Peaches for Monsieur le Curé, Joanne Harris




Depois de perder o folego com os volumes anteriores, confesso que não esperava o desfecho impreciso desta narrativa. Afinal, qual foi a escolha de Vianne? A autora apresenta-nos, mais uma vez, uma mistura de odores e sabores que nos deixam perpetuamente com água na boca e agarrados ao desenrolar dos acontecimentos, já para não falar da vivida abordagem que faz ao confronto de culturas: intrigante e séria, que nos suscita um misto de emoções contraditórias. Por outro lado, também nos deixa com a sensação de que a história ainda não terminou, porque na verdade, personagens com Vianne, Anouk, Rosette, Roux e Francis Reynaud são personagens dificieis de esquecer e arrumar na prateleira! Apesar de o enredo não ser prefeito ou tão misterioso quanto os anteriores, resta esperar para ver o que acontece a seguir.

terça-feira, 21 de março de 2017

Very Good Lives, J. K. Rowling





Continuando na linha dos exemplos de realização, não poderia deixar de comentar aqui o discurso de J. K. Rowling como oradora na cerimónia de formatura da Universidade de Harvard, em 2008. O exemplo / experiência de vida desta autora é também um dos mais inspiradores, não só porque nos diz que o falhanço é necessário à nossa aprendizagem enquanto seres conscientes, mas também nos diz que é quando estamos no fundo do poço que descobrimos aquilo de que realmente somos capazes. Para além disso, reforça a ideia de que a nossa imaginação é algo precioso e que não deve, sob circunstancia alguma, ser descurada por ser a nossa principal ferramenta para mudar a realidade que os rodeia. O discurso de Rowling transmite nos ainda a noção de que, se inspecionarmos bem a nossa consciência, não há maior acto de humildade do que reconhecer os nossos falhanços como uma parte importante do processo de concretização dos nossos sucessos.

Verdade seja dita que para se viver uma boa vida basta dar o nosso melhor todos os dias ou, como dizia Fernando Pessoa (Ricardo Reis, 14-2-1933):

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.


sábado, 18 de março de 2017

A Minha Pequena Livraria, Wendy Welch





Raramente leio biografias ou livros que sejam baseados em factos reais, mas este despertou-me à atenção por dois motivos: primeiro, porque é sobre livros e eu adoro ler, segundo porque se fala muito pouco do que é ser livreiro e o livreiro é uma peça fundamental  na ponte entre as pessoas e os livros. Recheado de peripécias, umas mais engraçadas, outras mais sérias, este pequeno livro conta como dois bibliófilos teimosos abriram e mantiveram uma livraria em plena recessão económica. Depois desta leitura tive a certeza de que gerir uma livraria é muito mais do que vender livros: é gerir toda uma pequena "comunidade" de interesses comuns.

Mas mais do que isso, este livro é um exemplo de coragem e de como nunca devemos desistir dos nossos sonhos, e também de como os livros têm um papel tão importante na nossa vida, não só porque nos trazem conforto em alturas difíceis, nos entretêm nas longas tardes de Verão, nos enriquecem vocabularmente, mas também porque é através dos livros que nos descobrimos a nós e aos outros. Indo de encontro ao que disse no post anterior, este livro só veio confirmar a minha perspectiva de que a literatura é um dos nossos pilares fundamentais. Cabe-nos a nós, leitores e escritores, mantê-la viva para que as gerações vindouras sejam tão ricas quanto nós.

Reflexões #7 - Reconhecimento do Escritor





Um começo aqui, outro ali; seja o que for que um escritor escreva há, provavelmente, inúmeros começos espalhados pela sua infindável acumulação de notas e apontamentos. Mesmo que uma história comece de determinada maneira, nada garante que esse começo não venha a ser alterado. E o mesmo acontece com o final, ou seja, um romance nem sempre termina da forma que o escritor idealiza.

Por vezes, também acontece não existir princípio antes de se ter alcançado o final. É desta forma que a minha escrita tende a processar-se: a ideia geral ou principal parte do meio da história para o fim, fazendo-me contorcer e retorcer o cérebro à procura de um começo adequado. Há já algum tempo referi que a escrita não é um processo linear, mas sim feito a partir de avanços e recuos, sendo estes avanços conseguidos com a ajuda de uma pitada de inspiração conjugada com força de vontade e trabalho árduo.

Sinceramente, só mesmo quem não tem gosto pela escrita pode pensar que escrever um livro, seja qual for o género, é uma tarefa fácil. Muito pelo contrário, escrever é, maioritariamente, algo lento e moroso. No entanto, é gratificante para quem escrever, ver o seu trabalho meritoriamente reconhecido. Quando falo em reconhecimento, não me refiro a escrever "uma galinha dos ovos de ouro" literária que gere uma fortuna imediata (um bónus que nem todos conseguem ou merecem alcançar), mas ao facto de a obra ser lida, falada e apreciada. Alcançar este tipo de reconhecimento tornou-se, na minha modesta opinião, um feito difícil e conseguir na sociedade consumista e narcisista em que vivemos hoje. Há uma enorme tendência para a bajulação a troco de um momento de fama, ou seja, existe uma aproximação aos autores que muitas vezes tem como único fundamento dizer que se conhece tal autor.

É frustrante, do ponto de vista de ser escritora, tomar consciência de que muita gente não faz ideia daquilo que implica trabalhar na arte de escrever. E talvez seja por isso que desvalorizam o esforço que quem escreve empreende no desenvolvimento e aprimoramento desta arte. Mas o que importa é aquilo que dizia inicialmente: o trabalho de um escritor depende dos seus começos, dos seus falhanços, das suas conquistas e do merecido reconhecimento pelo seu contributo para um dos pilares da nossa cultura. Porém, enquanto não houver um maior entendimento e interesse relativamente à escrita e, consequentemente, à literatura, será difícil para alguns escritores (sobretudo da nova geração) obter o devido reconhecimento pelo seu trabalho.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

As Coisas Impossíveis do Amor, Ayelet Waldman





Há já dois anos que andava para ler este livro e apesar de se ter revelado algo diferente daquilo que eu supunha, é uma leitura muito interessante, tratando uma questão que por vezes tendemos a ignorar: a capacidade de nos colocar no lugar do outro e dar mais de nós. Não é exactamente o género de leitura que me arrebata por completo, mas gostei da sua descomplexidade desarmante. Para além disso, a carga emocional que carrega é intensa e remete-nos para a nossa própria humanidade imperfeita. Apesar de a perda de um ente querido, ainda para mais um bebé que mal começou a viver, ser um tema um tanto ou quanto pesado, a autora transmite-nos a ideia de que o amor, seja qual for a sua forma, tem a terrível tendência a superar as mais controversas circunstâncias. Trata-se de uma narrativa forte e provocante, que suscita profundas inquietações e reflexões sobre como cada um de nós reagiria no lugar de qualquer uma das personagens, desafiando-nos constantemente a contestar as suas motivações. Vale a pena reflectir com e sobre este romance que, de certa forma, nos instiga a procurar a melhor maneira de conquistar a melhor versão de nós próprios.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Pedaços de Escrita #55





Jake sempre fora um sonhador. Desde muito novo que sonhava conhecer o mundo inteiro, viajando com uma simples mochila às costas, sem destino ou paragens obrigatórias. Os pais mostravam-se sempre apreensivos quando ele sugeria uma qualquer viagem extraordinária, pois eram pessoas mais terra-a-terra. Apesar de entenderem, conformavam-se com o espírito livre daquele filho que, apesar de idealista, sempre dera provas de ter os pés bem assentes no chão. Sim, embora se apresentasse como cidadão do mundo, Jake sabia que, por muito nobre que fosse a causa que apoiava, o seu esforço solitário jamais sortiria qualquer efeito.

No entanto, sabia muito bem o que queria da vida: trabalhar para viver e, não, viver para trabalhar. Felizmente, o seu trabalho de cronista chegava para as suas ambições de viajante, concretizando-as pouco a pouco. Como tal, Jake decidira que passaria três meses por ano a viajar. Começaria pela Europa, porque havia um efeito encantatório que o fascinava pelo velho continente. Nesse ano escolhera visitar França, Itália e Áustria; indo ao encontro da aventura. Reuniu um pequeno grupo de amigos e, apesar das reservas das famílias, partiram na data combinada, indo à procura da realização de um sonho antigo. 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Pedaços de Escrita #54





Voltava sempre à mesma dúvida por esclarecer: Porque é que isto me acontece?. Parecia incapaz de ultrapassar aquele percalço da sua vida, vivendo como uma enclausurada, parada no tempo. Ficava simplesmente ali a olhar pela janela, a ver toda a gente avançar com a sua vida. Ele suspirava, já sem saber o que fazer, vira todos os seus gestos carinhosos serem ignorados. Se ao menos o seu desejo de maternidade se realizasse, talvez aquela apatia fosse varrida do seu semblante e a sua querida esposa voltasse a sorrir. Mas o que fazer se, mal se aproximava, ela lhe silvava, como um gato, para o afastar.

Após dias de desânimo, estava sentado no sofá, à espera nem sabia bem de quê. Pousou os cotovelos nos joelhos e escondeu o rosto nas mãos. Algum tempo depois, apercebeu-se da presença dela a seu lado. Ergueu o rosto, surpreendido, pegou-lhe nas mãos e beijou-lhas. Ela sentou-se ao lado dele, dobrando as pernas junto ao corpo e olhou-o fixamente. Ele acariciou-lhe o rosto e ela chegou-se para mais perto, sem o desfitar. Arrepiado perante aquele olhar, ele pousou-lhe nos lábios entreabertos um beijo prenhe de desejo, sentindo-a arquejar. Subitamente, ela sentou-se no seu colo e desapertou-lhe lentamente os cordões da camisa, enquanto os lábios dele viajavam pelo seu pescoço, demorando-se no ombro e depois no peito, onde as mãos dele mergulharam ao abrir-lhe o corpete.

Encararam-se momentaneamente, eletrificados por aquele desejo mútuo desmesurado, sem saber de onde surgira, apenas que quando a paixão se inflama, alastra tão profusamente que a razão se some indefinidamente. Amaram-se ali mesmo com tal furor que perdurou nos dias que se seguiram, como se, como jovens apaixonados que eram, quisessem perpetuar eternamente a solidez da sua união. Meses mais tarde, essa solidez proporcionou-lhes o momento mais feliz da sua vida: a chegada do seu tão desejado bebé.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Reflexões #6 - Pequenos Passos





A vida é como uma montanha russa, cheia de emoções e estados de espírito conturbados, de estranhas coincidências e peripécias inesperadas. Por vezes até parece ridículo confiar em certas máximas ou superstições, mas o que é certo é que, na maioria das vezes, as coisas acontecem mesmo quando menos esperamos. Não sou supersticiosa, mas por uma razão qualquer que não sei explicar, sempre acreditei que tudo acontece quando tem de acontecer, independentemente de ser coincidência ou não.

Pelo menos é o que tem acontecido comigo, apesar de serem quase sempre pequenas grandes conquistas, quando comparadas com o sonho de ser escritora. Este mês aconteceu mais uma dessas conquistas: comecei a trabalhar. O que significa que o tempo dedicado à escrita foi reduzido, mas sinto que estou a fazer alguma coisa útil. Quer com isto dizer que é necessário equilibrarmos aquilo que queremos fazer com aquilo que temos de fazer para o alcançar. Ou seja, mesmo acreditando que existe um momento devido para acontecer qualquer coisa, é preciso fazermos com que esse momento se proporcione. O rumo das nossas vidas depende somente das nossas escolhas e da aceitação das consequências das mesmas.

Também é verdade que, muitas vezes, o esforço que empreendemos na luta pelos nossos objectivos, quer sejam pessoais, quer sejam profissionais, se torna exasperante. O importante é descobrir a melhor maneira de contornar as adversidades e seguir em frente, procurando alcançar ou cumprir o objectivo definido.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pedaços de Escrita #53





O mundo é assim, um lugar imenso repleto de sonhos, conquistas, fantasias e desgostos. É um lugar de alegria pura e tristeza profunda. É um lugar algo quebrado e algo reconstruído, que está longe de distinguir o certo ou o errado. De vez em quando atira-nos uma saraivada de chuva fria, outras vezes um raio de sol morno e outras ainda, um assobio de vento zangado. O mundo que pensamos conhecer é hoje um reflexo de luz na ilusão tormentosa, que não passa de uma realidade retorcida. O caminho que sobe a montanha na manhã fria é o mesmo que a desde na tarde amena, repleta de eterne promessa e vazia de actos compulsivos. À noite já só nos resta aquela chama de esperança que surge dos recônditos lugares inconscientes, provocando uma desconhecida vontade de lutar. Para isso, basta apenas dar um salto de fé que nos lança no abismo do inesperado de mente aberta às possibilidades que a vida nos apresenta.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Reflexões #5 - Leitura e Escrita





Sim, tenho andado ausente, mas por bons motivos: tenho andado a trabalhar num romance que comecei há cinco anos e infelizmente, ficou em stand-by devido à tese de mestrado. Por isso, só agora tive coragem de pegar nele. O que me traz a uma das minhas poucas resoluções de ano novo, que é não deixar os meus projectos literários para trás. Foi por este e outros motivos alheios à minha vontade que somente ontem consegui publicar uma opinião no blog.

Acontece que vivemos numa sociedade que, tanto quanto compreendo, não permite ler tanto quanto se deseja. Ou seja, existe pouco incentivo à leitura, começando pelo facto de que os livros em Portugal são caros. E é um facto que torna injusta a constatação de que se lê menos; não se lê menos porque não se queira, lê-se menos porque um bom livro custa, regra geral, entre 16 e 20€ ou mais! Há excepções, claro, mas ainda assim, é triste que não se valorize algo tão importante para o enriquecimento cultural de um país, que é a literatura.

Não sei se não será também por falta de incentivo, falta de tempo ou simples desinteresse que os portugueses lêem pouco. Quanto a mim, acho que não há melhor forma de passar o tempo, para além de que já foi provado cientificamente, várias vezes, que ler é uma das melhores formas de manter o cérebro saudável e prevenir doenças como o Alzaimer. Numa perspectiva geral, considero que a leitura é uma rotina importante a ser inserida no nosso quotidiano e quanto mais cedo, melhor!

Portanto, já sabem: leiam, porque ler faz bem à alma e à mente, torna-nos mais ricos e humanos e aproxima-nos dos outros. E pelo caminho incentivem quem amam a ler também, é sempre melhor quando se pode falar sobre livros com alguém que também os entenda! Boas-leituras!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Uma Mulher Respeitável, Célia Correia Loureiro





Depois da leitura arrebatadora de A Filha do Barão e de alguns meses de espera, eis que as mais firmes expectativas caíram por terra com a leitura tumultuosa desta nova narrativa da Célia Loureiro! Mais de cinquenta anos volvidos, o misterioso desaparecimento de Amélia parece ser ainda uma incógnita, mas, por outro lado, de onde surgiu Leonor Sanches? Mais uma vez, experienciamos um turbilhão de emoções diversas, cativados pela caracterização consistente das personagens, acompanhando os seus reveses e infortúnios da primeira até à última página.

Apesar da estrutura narrativa não ser tão linear como no livro anterior, a autora mantém a aura de mistério ao longo da história e retratando as agruras irónicas da vida de duas mulheres cujas escolhas da juventude as castigam permanentemente. Mas será mesmo tarde demais para encontrarem paz de espírito? Os acontecimentos deste livro foram contrários à minha perspectiva, isso é ponto assente, mas não deixei de gostar por isso, só não compreendo a escolha da autora quanto ao destino da filha perdida de Mariana e Daniel. Resta agora esperar para saber o desenlace desta intrigante trilogia histórica.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

2017!






Eis que passou mais um ano, repleto de diferentes peripécias, umas melhores que outras, naturalmente, mas com poucos objectivos alcançados. Começa a cansar manter a esperança de que as coisas melhorem quando, se formos a analisar bem a situação, mantém-se tudo na mesma. Para mim, 2016 foi um ano muito pobre em termos de escrita, como se verifica pelo blog, em termos gerais, ou seja, o meu trabalho aqui ficou muito aquém das minhas expectativas iniciais. Porém, há sempre um novo ano para melhorar e 2017 pode ser uma boa oportunidade para o conseguir, mas não prometo nada. Entretanto, votos de boas leituras e de um ano repleto de coisas boas!