domingo, 22 de dezembro de 2013

Sense and Sensibility, Jane Austen





Foi por acaso que comecei a ler Jane Austen começando pelo primeiro romance. Desde aí, tornou-se uma das minhas autoras preferidas, pois com a sua invulgar ironia, dá a conhecer a classe média do seu tempo. Elinor e Marianne são tão diferentes que é surpreendente serem tão próximas. Por outro lado, o contraste acaba por estabelecer o equilíbrio entre elas. Neste primeiro romance, o contraste provoca desde logo uma certa empatia e comicidade, quanto mais não seja porque Elinor esconde os seus sentimentos por detrás do auto-controlo, o que pode ser tido como distanciamento, além de não se aperceber inicialmente de que é correspondida, ao passo que Marianne sente tudo de uma forma muito intensa, deixando-se enganar facilmente e aprendendo uma dura lição. As irmãs Dashwood representam o duelo razão / coração, que tantas vezes tem sido rebatido por outros autores. Por seu turno, personagens como John Dashwood, Mrs. John Dashwood, Mrs. Ferrars, etc. são personagens que representam, na minha opinião, o egoísmo, o preconceito e a avareza de uma burguesia que se julga demasiado importante e com direito a todos os luxos, cuja sede de poder, um tanto típica da época, se torna desconcertante. Mais chocante ainda é o carácter duvidoso de Willoughby, o típico caça-fortunas ganancioso que conscientemente descura as responsabilidades dos seus actos. Sem dúvida, uma das personagens mais desprezíveis que Austen criou, mas que reflecte muito bem certos aspectos da sociedade de então. Depois surgem também a iludida Mrs. Dashwood, a amável Mrs. Jennings, o pacífico Colonel Brandon, que vêm, por assim dizer, dar consistência ao enredo. Repleto de personagens cómicas, egoístas, benevolentes, e mesmo deploráveis, esta primeira obra de Austen pode não ser perfeita, mas é sem dúvida alguma, digna de qualquer um que aprecie uma boa história e um grande nome da literatura inglesa do século XIX.

A Bibliotecária, Logan Belle





A leitura deste romance foi a minha estreia no romance erótico. Tinha conhecimento do género e alguma curiosidade em ler esta obra em particular, porque apesar do título disfarçar muito bem, a verdade é que o enredo empolgante de uma perspectiva um tanto ou quanto tabu, prende o leitor da primeira à última página. A ingenuidade de Regina e a impetuosidade de Sebastian só tornam ainda mais surpreendente o desenrolar da história e no fim de contas, o que começa por ser uma relação fora do comum, transforma-se numa promissora paixão avassaladora. Com uma escrita fluída e cadenciada, mas numa linguagem muito directa e explicita, Logan Belle apresenta-nos uma jovem mulher cuja felicidade passava por trabalhar na tranquilidade de uma biblioteca, a qual aprende que, por vezes, há uma qualquer surpresa inesperada mesmo no mais calmo dos lugares; e um homem bonito, cuja fragilidade de um desgosto antigo o faz fugir dos próprios sentimentos. Para quem for adepto deste género, recomendo vivamente.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Alma Rebelde, Carla M. Soares





Esta é mais uma grande narrativa da literatura portuguesa. Leve, fluída e vibrante, prende-nos do início ao fim com a respiração suspensa. O que parecia ser a realização do costume da época, em que o máximo que as meninas de bem podiam aspirar era "fazer um bom casamento", torna-se uma inesperada história de amor e lealdade, a descoberta de que por vezes é possível escolher. As personagens são tão humanas que despertam emoções turbulentas; sobretudo os dois protagonistas, que são tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo! Joana foi educada para ser uma mulher passiva e obediente, embora parte da sua alma se rebele a todo o instante, a parte que ela mantém escondida a todo o custo e aquela que mais fascina Santiago, o qual não se conforma com menos do que a entrega total. No entanto é nesse mesmo casamento arranjado que Joana encontra finalmente a tão almejada liberdade e ao lado de Santiago, uma vida feliz com a qual jamais sonhara. Sem dúvida alguma uma história inspiradora para ser lida de um fôlego, vezes sem conta.

Alentejo Blue, Monica Ali





Pela primeira vez nas minhas leituras deparei-me com uma autora que escreveu uma narrativa situada em Portugal, no nosso, por vezes esquecido, Alentejo. Embora categorizada como romance, a obra assemelha-se mais a um conjunto de contos que giram em torno de personagens representativas, quer os habitantes locais, quer os estrangeiros: aqueles que sempre aí viveram e querem descobrir o mundo, aqueles que vieram na ideia de melhorar a sua vida, aqueles que estão somente de passagem; porém, todos têm os seus dilemas interiores, a sua guerra constante consigo mesmos. Muito embora a escrita de Monica Ali me tenha parecido um pouco confusa, sobretudo quando o fluxo da língua é interrompido por uma palavra ou expressão portuguesa. Contudo, trata-se de uma obra que  de algum modo retrata o nosso nostálgico Alentejo e que vale a pena ser lida e reflectida.

sábado, 9 de novembro de 2013

This is not the end of the book, Umberto Eco e Jean-Claude Carrière





Já alguma vez pensaram que um debate sobre a sobrevivência de um objecto tão comum ao nosso dia-a-dia pudesse resultar num livro bastante interessante e elucidativo? Eu também não; mas é precisamente o que acontece com esta obra, This is not the end of the book; da autoria de Jean-Philippe de Tonnac, no qual o mesmo conduz uma conversa entre Umberto Eco e Jean-Claude Carriére acerca da sobrevivência do livro como objecto face ao constante desenvolvimento tecnológico. Neste livro são discutidos temas como o fundamento do livro, a praticabilidade do livro, o desleixo da nossa memória face aos dispositivos com acesso à Internet, a divulgação desordenada de informação na Internet, etc. São formuladas diversas questões às quais não se presta a devida atenção, creio, e o modo como Eco e Carrière lhes tentam responder é o ponto de partida para a devida reflexão sobre o assunto. Irá o livro sobreviver à tecnologia? Ou acabará por desaparecer? Segundo os autores, há um conjunto de boas razões para acreditar que sim. Recomendo vivamente a leitura desta obra, independentemente da preferência pelo livro em si ou pelo livro electrónico.

O Herdeiro de Sevenwaters, Juliet Mariller






Após o desfecho de A Filha da Profecia, que fecharia a trilogia de Sevenwaters, eis que a saga continua neste emocionante quarto volume. Os eventos são narrados por Clodagh, uma das seis filhas de Lorde Sean, a qual não possuí qualquer queda para as artes mágicas, mas que detém uma enorme coragem. A paz entre os humanos e as Criaturas Encantadas é quebrada inesperadamente e, para a restaurar, Clodagh é forçada a viajar até ao outro mundo, na companhia do estranho Cathal; porém, entre estranhas revelações, Clodagh descobre que ele é, nem mais nem menos, filho do novo governante do Outro Mundo. Com as emoções ao rubro do início ao fim, O Herdeiro de Sevenwaters traz o tão aclamado regresso de uma das melhores sagas da literatura de expressão inglesa e, creio, da literatura mundial, numa fantástica demanda à procura da verdade e da redenção.

A Filha da Profecia, Juliet Marillier





 Neste terceiro volume, continuando pela linha feminina, a história da terceira geração é narrada pela perspectiva de Fainne, a filha de Niamh, a qual cresceu afastada da floresta de Sevenwaters, embora faça parte da mesma. O reaparecimento de Lady Oonagh, induz a rapariga a odiar a família de Sevenwaters; porém, Fainne descobre que pode escolher o seu próprio caminho e põe fim aos planos funestos da feiticeira. Mais uma vez, Marillier traz-nos na sua escrita fluída um turbilhão de emoções, sendo impossível ficar indiferente aos conflitos da personagem principal. Uma história fascinante que nos mostra como por vezes aquilo que precisamos para encontrar a felicidade está mesmo diante dos olhos ao deixarmos os outros entrarem no nosso mundo, percebemos que não estamos realmente sozinhos e onde o mundo humano e o Outro se unem numa batalha épica. É facilmente perceptível por que razão a saga obteve um tão grande número de admiradores em todo o mundo.

domingo, 3 de novembro de 2013

O Filho das Sombras, Juliet Marillier







Neste segundo volume, a história de Sevenwaters continua com a segunda geração, a partir da descendência de Sorcha e onde, mais uma vez, o Outro Mundo está presente e vivamente representado. Ao contrário do que possa parecer, Liadan não só é parecida com a mãe fisicamente, tal como o seu gémeo, Sean, mas também na maneira de ser e revela-se uma personagem igualmente forte. Por seu turno, a irmã mais velha, Niamh, é apenas uma rapariga bonita sem senso nenhum, cuja fragilidade se revela quase  previsível. Em certos momentos, Liadan parece ser a única capaz de manter a calma e a razão, embora se vivam tempos difíceis. No entanto, também Liadan é persistente em viver o seu grande amor e nem mesmo os "avisos" das Criaturas Encantadas a demovem de partir. As revelações sucedem-se a um ritmo alucinante e como não podia deixar de ser, a escrita fluída e marcante de Marillier desperta-nos as mais variadas emoções, passando pela comoção e pelo suspense, pela tristeza e pelo riso. Sem dúvida uma obra maravilhosa, para ler do início ao fim quase de um só fôlego.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Filha da Floresta, Juliet Marillier





Esta é mais uma das grandes histórias da literatura internacional, escrita com grande mestria. Já tinha lido O Filho de Thor, e como tal não podia deixar de ler a Saga de Sevenwaters, obra que concedeu grande  prestígio  à autora. É de facto extraordinário o conhecimento das antigas tradições celtas que a autora detém; quando aplicado à sua escrita, só poderia resultar em algo tão fascinante. Narrada na primeira pessoa, apresenta-nos a jornada de Sorcha, a filha de um chefe de clã, através da infância e juventude. Sorcha é pouco mais do que uma criança quando a madrasta, Lady Oonagh, lhe vira a vida do avesso. Mas como filha do senhor de Sevenwaters, ela acaba por encontrar a força necessária para ultrapassar os obstáculos, por mais desesperada que pareça a sua situação. Trata-se de uma narração intensa, que nos traz risos, lágrimas, suspense, bem como uma série de outras emoções e é difícil não sentir empatia por Sorcha, que se remete ao silêncio na sua árdua tarefa para salvar os irmãos do feitiço lançado por Lady Oonagh. Mas esta é também uma história de guerra e de amor, e no fim, os sete irmãos acabam por vencer a feiticeira e recuperar o controlo daquele que sempre foi o seu lar, embora algumas feridas sejam mais difíceis de sarar do que outras.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Prenda, Cecelia Ahern





Mais uma vez, Ceclia Ahern traz-nos uma lição, a de agarrar as segundas oportunidades que a vida nos dá, antes que seja tarde demais. Foi o que aconteceu com Lou. Ele apercebeu-se demasiado tarde do quão importante na sua vida a sua família era, gozando uns últimos momentos com eles somente graças à oferta de Gabe. Nesta narrativa, Ahern apresenta-nos um homem que se habituara a viver para o trabalho e cuja ambição "desmedida" o afastou da família e do que realmente importava. Com um estilo próprio de nos fazer questionar a forma como gerimos o nosso tempo e o valor que damos às pessoas que fazem parte da nossa vida, a autora lembra-nos que por mais tarde que seja para voltar atrás, há sempre uma hipótese de fazer as coisas de maneira diferente. Para mais, a escolha de vocabulário pouco elaborado e mais próximo do quotidiano faz com que as suas obras sejam fáceis de ler, divertidas e extasiantes.

domingo, 14 de julho de 2013

A Saga das Pédras Mágicas, Sandra Carvalho





Comecei a leitura desta saga há pouco mais de três anos, depois de alguma hesitação, mas tenho de confessar que foi aquela que me arrebatou do primeiro ao último instante e que me inspira profundamente. Atrevo-me a dizer que é, sem dúvida, das melhores sagas, senão mesmo a melhor, de high fantasy escrita em português. Com a mestria somente possível a um excelente contador de histórias, Sandra Carvalho deu vida à Saga das Pedras Mágicas, narrada por três gerações de mulheres. O role de personagens fortemente caracterizadas por uma profunda densidade psicológica, que se movem em torno de cada uma delas é também admirável, tal como a sucessão de acontecimentos que constituem a narrativa. Trata-se de uma escrita simples, mas carregada de descrições capazes de atirar o leitor para o cenário onde se movem as personagens, assim como também suscita emoções fortes. É sem dúvida aquela saga que vou querer reler e reler vezes sem conta. Espero continuar a acompanhar o trabalho da autora como o mesmo fervor com que li a Saga das Pedras Mágicas.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Changeling, Philippa Gregory





Há já algum tempo que tinha curiosidade em ler esta autora. Devo confessar que para mistura de contexto histórico-religioso (tendo a inquisição como pano de fundo) e sobrenatural resulta bem neste livro, pois se por um lado as perseguições eram uma realidade, por outro, a combinação de personagens fortes e bem caracterizadas numa jornada sem aparente fim à vista, projectam uma outra perspectiva sobre o medo e o fanatismo religioso acerca do fim do mundo. Passada no ano de 1453, esta narrativa fictícia apresenta-nos Luca e Isolde, dois jovens de dezassete anos, cujos rumos se cruzaram como que por obra do acaso e que são "forçados" a enfrentar os medos da Idade Média, embarcando numa busca pela verdade, os seus destinos e até o amor que teimam em contrariar. Creio que este é um daqueles livros que nos fazem pensar e interrogar o mundo à nossa volta e mesmo quem não é grande apreciador de romance histórico  não deve deixar passar ao lado a oportunidade de o ler.

sábado, 15 de junho de 2013

Ida à Feira do Livro de Lisboa!





Mais uma vez realizou-se a Feira do Livro de Lisboa no Parque Eduardo VII, recheada de novidades e actividades literárias para toda a família. É verdade que hoje em dia o mote que se ouve mais é que estamos em crise e que é preciso poupar cada cêntimo. Mas isso não significa que devamos descorar as oportunidades de passar bons momentos e um livro é sempre uma boa companhia e um bom motivo para sair de casa!
Para mim, os livros são uma parte fundamental de mim. Foram a minha (quase) única companhia durante muito tempo e continuam a ser a minha melhor distracção.  E por isso mesmo, também não pude deixar de passar pela feira, pela segunda vez consecutiva para satisfazer a curiosidade e também para adquirir um dos livros que mais anseio ler (o mais recente da Sandra Carvalho, que tive o prazer de conhecer pessoalmente o ano passado). Espero que tenham tido a oportunidade de passar por lá, mesmo que só para passar a ver os títulos disponíveis.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pride and Prejudice, Jane Austen






Como não podia deixar de ser, a tão aclamada obra-prima de Jane Austen já faz parte da minha biblioteca. Sem dúvida uma das melhores obras da literatura inglesa do século XIX, que continua a inspirar gerações. Repleto de personagens hilariantes, este é um dos must have para quem é dado à leitura. A oposição entre o orgulho aristocrata e o preconceito da classe média, dá aso a uma espécie de jogo conflituoso e cómico. Aparentemente, Elisabeth Bennett e Mr. Darcy não têm nada a ver um com o outro e dificilmente estão de acordo em alguma coisa, mas isso só torna ainda mais interessante a forma como a sua relação evolui. Mas à medida que as peripécias acontecem e os mal-entendidos se desfazem, Elizabeth ultrapassa o preconceito e Darcy o orgulho, e aquele que parecia ser o par mais impossível de todos encontra o seu happy ending e com isso funde classes sociais diferentes, assim como Mr. Bingley e Jane, sendo a mensagem evidente: é possível conviver com as diferenças e ultrapassá-las, sobretudo as de classe. Em simultâneo, pode dizer-se que o casamento de Mr. Collins e Charlotte Lucas é o resultado somente das circunstâncias: ele não passa de um clérigo tolo dependente da sua subserviência a um patrono, ela apenas por uma questão de oportunidade por ser um peso para a família. Já Mrs. Bennett e as duas filhas mais novas vivem numa constante futilidade histérica em relação à perspectiva de arranjar um casamento favorável, embora isso se deva em grande parte à inexistência de um filho varão. Por fim, é inevitável referir Wickham, o qual se comporta de forma semelhante a Willoughby, e apesar de lhe ser aplicado o castigo devido, sendo que ambos mostram uma total falta de escrúpulos e de carácter, mas por razões diferentes.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Chocolat, Joanne Harris






Apesar de só ter descoberto o livro depois de ter visto o filme devo dizer que me surpreendeu e que adorei. Embora seja bastante diferente da adaptação cinematográfica, trata-se de uma excelente obra, cujo enredo vivo e personagens fortes prende o leitor do princípio ao fim e nos deixa de água na boca. A apresentação de duas perspectivas ao longo da narrativa é bastante interessante e irreverente, se assim lhe posso chamar; e a transformação por que passa a pequena vila de Lansquenet num tão curto espaço de tempo, é extraordinária. Creio que este livro é uma daquelas obras que se lêem repetidamente, sem nunca nos cansarmos dela e aconselho vivamente; é um misto de passado, presente, futuro, a ideia incerta do bom e do mau cristão, a ideia da tentação e do pecado, uma mistura viva de cores e sensações.

Northanger Abbey, Jane Austen






Com a caprichosa e elegante sociedade de Bath e a misteriosa, gótica, Northanger Abbey como pano de fundo, Jane Austen deixou-nos a sua sátira aos romances góticos da sua própria época. Esta talvez seja a novela mais curta que Austen escreveu, mas não deixa de ser hilariante. Em Northanger Abbey o leitor é confrontado com uma sátira perspicaz, a qual vem criticar e expor o exagero absurdo do romance gótico que emergia na época. A protagonista Catherine Morland é apresentada como uma rapariga bonita, mas cuja imaginação demasiado fértil, alimentada pela sua leitura de obras góticas, a par com a sua ingenuidade, a conduz a uma tremenda humilhação. Por outro lado, o facto de Henry Tilney não ser um herói romântico confere à obra uma dimensão muito mais realista, apesar de terminar com o noivado entre eles. Gosto sobretudo da relação que Catherine mantém com o irmão e mesmo com Henry Tilney. Recheado de personagens hilariantes e uma heroína sonhadora e um tanto ingénua que procura ser aceite e integrar a sociedade do mundo que conhece, Northanger Abbey é uma mistura de aventura e crítica. Quando Catherine é apresentada aos Thorpes, tudo o que ela deseja é formar uma boa amizade com Isabella, apesar de não suportar o irmão desta. Por outro lado, da sua genuína afeição aos Tilneys, que é retribuída, resulta uma amizade verdadeira e apesar da mesquinhez de Jonh Thorpe tudo se resolve pelo melhor.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

83ª Feira do Livro de Lisboa!






Parece que vem aí mais uma edição da Feira do Livro no Parque Eduardo VII. Não percam as novidades e aproveitem para adquirir boa companhia para o Verão!

terça-feira, 19 de março de 2013

Peter Pan, J. M. Barrie





Como não poderia deixar de ser, estava mais do que na altura de ler a obra original de uma das histórias que mais me fascinou enquanto criança. E digo, sinceramente, é extraordinária. A escrita de Barrie é simplesmente deliciosa e fácil de ler, sendo que o tema da infância o torna hilariante. É possível rir e exasperar com o Peter e a Tinker Bell, adorar a Wendy ou torcer o nariz com o Hook. Mas apesar disso, lembrar a importância da fantasia e do faz-de-conta enquanto criança. Sem dúvida, esta é uma das histórias que muito inspirou gerações e continua a inspirar, dos momentos de rir aos de suspense; mas conta já com tantas adaptações que por vezes a verdadeira origem fica um pouco esquecida, creio. No entanto, não é demais lembrar: leiam-no e divirtam-se, porque vale mesmo a pena!

O Meu Encontro Com a Vida, Cecelia Ahern





Mais uma vez não pude não devorar e surpreender-me com a obra de Cecelia Ahern. Com uma escrita leve e divertida, repleto de momentos hilariantes e outros que suscitam frustração, O Meu Encontro com a Vida garante um bom par de gargalhadas. Não só nos surpreende pelo incomum da situação, mas porque ninguém pode ficar indiferente à personalidade de Lucy. Quando a sua vida entra em descalabro total por causa das mentiras que Lucy conta a todos os que a rodeiam (e a ela própria) é, nem mais nem menos, a própria Vida que intervém. Para o comum mortal poderia não fazer qualquer sentido, mas a situação torna-se tão casual como tomar um café; assim que Lucy aceita a presença da Vida. A mensagem é simples de entender: só temos a perder quando negligenciamos a nossa vida e nos enganamos a nós próprios e, entre uma família um tanto ou quanto disfuncional e a estranha personagem que aparenta ser a vida, Lucy é, literalmente, arrastada para um verdadeiro duelo entre a verdade e a mentira, entre o certo e o errado. Este é mais um daqueles livros que não deve deixar de ser lido, por motivo algum!

Persuasion, Jane Austen





Para quem gosta de literatura do género, Jane Austen deve constar na lista. Com a escrita característica de uma das primeiras escritoras inglesas do século XIX, em Persuasion, Austen apresenta-nos a história de um romance que à partida parece não ter futuro. Acontece que Anne não se enquadra no género de jovem impulsiva; é ponderada, calma, mas um tanto ou quanto ignorada na própria família. O seu carácter passivo inspira empatia, mas é também algo exasperante, pois a mesma representa a filha obediente, que não contesta o que lhe é dito. Porém, é possível entender por que razão a protagonista age dessa forma, pois aquando do seu enlace com Frederick Wentworth, o mesmo não tinha quaisquer posses, o que pesava contra ele face ao julgamento de Sir Walter Elliot. E quando vê negado o consentimento paterno e a aprovação da grande amiga da sua mãe, Anne rompe o noivado com Frederick Wenthworth, um jovem sem conexões sociais e somente ele próprio como recomendação. Os dois reencontram-se ao fim oito anos, por força das circunstâncias, mas também aqui Austen parece conduzir os acontecimentos de modo a que os protagonistas se cruzem propositadamente, com algum constrangimento e falsas interpretações de ambas as partes. No entanto, a solidez dos equívocos prende-se sobretudo pelas posições e opiniões defendidas por personagens como a sensata Lady Russel, madrinha de Anne, a snobe Elisabeth Elliot e a caprichosa e infantil Mary Musgrove, os oportunistas Mrs. Clay e William Elliot, sobrinho e possível herdeiro de Sir Walter, o despreocupado Charles Musgrove e a jovem Louisa, etc. Além disso, tal como acontece nas anteriores, a obra culmina no casamento, sendo a maior ironia de todas, creio, o facto de somente no final Wentworth perceber que os sentimentos de Anne se haviam mantido inalterados todos aqueles anos. Mais uma vez o suspense da incerteza toca o lado sensível de leitor, se o mesmo estiver disposto a isso, mostrando que mesmo quando tudo parece perdido, há sempre motivo para ter esperança.

Little Women, Luisa M. Alcott





Este pequeno livro é sem dúvida uma das mais encantadoras obras da literatura americana do século XIX. Baseado na infância da autora, Little Women, conta a história das quatro irmãs March e o seu processo de transição da infância/juventude para idade adulta. Com uma escrita simples e por vezes ternurenta e divertida, outras trágica, Alcott apresenta-nos quatro personagens distintas: Meg, a mais velha e mais bonita, que encolhe os ombros à vaidade e ambição social, descobrindo plenitude no amor; Jo, a maria-rapaz que se volta impetuosamente para o consolo da escrita; a gentil Beth que rejeita os interesses materiais, preferindo  devotar-se à família, à alegria da música e a todos os que sofrem na vida; e Amy, a mais nova e imperfeita das irmãs March, que constantemente tenta superar o seu egoísmo e pretensões de menina, por mais árdua que seja a tarefa. É através das lutas diárias e da aprendizagem das lições importantes que encontram pelo caminho, que cada uma encontra a sua "Cidade Celestial". Esta obra ensina-nos a olhar em volta e pensar em tudo o que a vida tem de bom; em como somos recompensados quando tomamos a atitude certa e em como nem tudo se resume aos bens materiais: a vida é muito mais do que isso; é a partilha, o encontrar esplendor nas pequenas coisas, é viver um dia de cada vez. Sem dúvida um dos meus preferidos.

domingo, 27 de janeiro de 2013

O Hobbit, J.R.R.Tolkien





Tendo lido O Senhor dos Anéis não podia deixar de ler O Hobbit, sendo este o prelúdio do mesmo. Esta emocionante aventura conta como Bilbo viajou com uma companhia de treze anões até ao norte do mundo, onde se ergue a imponente Montanha Solitária, na tentativa de recuperar a casa e o tesouro dos anões, roubado pelo dragão Smaug centos de anos antes, e durante a qual ele encontra o Anel. Com a companhia de 14 (uma vez que 13 é um número de azar para os anões) viaja também Gandalf, "que aparece sempre quando é preciso, mas menos esperado". Porém, cabe ao pequeno Mr. Baggins a resolução de muitas as peripécias que encontram pelo caminho. Também Bilbo cresce e regressa a Bag-End como um hobbit diferente, ficando conhecido como estranho e extravagante por travar amizade com anões e com feiticeiros. Mas mas uma vez, a mestria de Tolkien prende o leitor da primeira à última página.

Christmas Magic, Cathy Kelly





Desconhecia por completo o trabalho de Cathy Kelly até que li esta pequena e simplesmente maravilhosa antologia de contos. São contos que retratam certas realidades, onde as personagens femininas têm o papel principal e onde cada uma descobre o que está errado na sua vida e em como nunca é tarde para começar de novo ou definir novos objectivos. Desde casamentos e férias de verão a natais com familiares não convidados ou amigos há muito tempo perdidos, esta antologia capta as esperanças, as lágrimas, os risos e os amores de todo o tipo de mulheres. E se estes pequenos contos são maravilhosos e nos ensinam a olhar em volta e perceber o que realmente nos falta, bem como a apreciar o que já temos, mal posso esperar para ler os romances desta autora irlandesa.

O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien





Lida em cerca de dois meses esta trilogia prendeu-me desde o início até ao fim, trazendo-me de volta aquela sensação de viver realmente a história, como há muito tempo nenhum livro fazia. É sem dúvida uma obra de mestre da literatura europeia/mundial e uma leitura obrigatória para quem é fã de high fantasy. Repleta de magia, aventura, amizade, lealdade e personagens de grande carácter e fé inabalável, é sem dúvida uma das minhas favoritas, pois se por um lado há momentos que nos fazem suster a respiração, outros há que nos fazem rir por alguns minutos. As lições que se depreendem são intemporais, sobretudo compreende-se que até o mais pequeno dos seres pode fazer a diferença, além de que também o leitor cresce com as personagens, sobretudo perante o sacrifício de Frodo, a lealdade de Sam, a intrínseca boa-disposição de Merry e a ingenuidade de Pippin, a humildade de Aragorn, a sobriedade de Gandalf e a conciliação de diferenças entre Gimli e Legolas; todos eles aprendem valiosas lições ao longo do caminho, lições essas que são posteriormente apreendidas pelo leitor.

sábado, 5 de janeiro de 2013

2013!





Olá bloggers e leitores. Primeiro que tudo, desejo que este seja um bom ano em todos os aspectos. É verdade que a situação está a modos que negra, mas isso não implica que baixemos os braços e desistamos dos nossos objectivos. Com o início do novo ano surgem novas ideias e projectos a que pretendo ir dando forma ao longo do ano. Iniciei este blog no intuito de partilhar a minha opinião literária com a bloggoesfera e, quase com um ano no blogger, o feedback está longe do esperado, mas com alguma persistência e trabalho,  o obejctivo de passar a mensagem pode ser alcançado. Espero continuar a contar com quem lê e aprecia o meu trabalho e chegar a mais longe. Feliz 2013!