sábado, 23 de março de 2019

Pedaços de Escrita #66





Aquela ilusão de Primavera, quando o Sol aquece a alma e a noite fria arrefece o corpo; as flores desabrocham para colorir montes e vales, acalentando uma esperança inocente, doce e persistente. Uma manhã solarenga e brilhante, onde sobressaem os matizes de verde das encostas e o azul-escuro do rio. O aroma morno e perfumado, o zumbido incessante dos insectos, a energia vibrante do renascimento da Natureza. A incoerência do tempo que torna perfeito o mais normal dos dias e imperfeito o mais extraordinário dos temporais. Porém, é na simplicidade do momento que reside a mais pura felicidade.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Pedaços de Escrita #65





Precisava de se afastar, de se conectar consigo própria, de pensar e decidir qual o melhor rumo para a sua vida. Estar longe por algum tempo era o plano perfeito, pois dar-lhe-ia o tempo e o espaço necessários para perspectivar tudo. Reservou a pequena cabana, arrumou o saco e, no dia seguinte, fez-se à estrada. Mal lá chegou, instalou-se e foi dar uma volta para respirar ar puro e depois de escurecer preparou uma refeição simples e deliciosa. Sentou-se a comer enquanto via um filme e cogitava na vida.

Com o passar do tempo percebeu que nem tudo se resolveria naqueles instante, que era preciso dar tempo ao tempo. Assim, resolveu considerar as suas alternativas no momento presente: ficar onde já nada a prendia ou ir à procura da sua grande realização. E decidiu que que era a altura perfeita para concretizar os seus sonhos. Afinal de contas, a vida não espera por ninguém e temos de ser nós a criar as nossas oportunidades. 

domingo, 17 de março de 2019

Viagens na Minha Terra, Almeida Garrett





Não sabia muito bem o que esperar deste livro depois de já ter lido teatro e poesia deste autor, mas o certo é que não desiludiu. A narrativa consiste na crónica da viagem do autor até Santarém, que na época  durava cerca de dois ou três dias entre barco a vapor e coche (ou a cavalo / mula). Narra sobretudo as impressões do autor ao chegar a determinadas localidades e locais e qual não é o seu desapontamento ao ver que não são o que esperava, divagando sobre as mudanças sociais que ocorreram após a guerra civil da década anterior. Apesar de algo séria, é uma leitura a ter em conta, sobretudo para quem quiser conhecer autores clássicos portugueses.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Reflexões #29 - Uma Questão de Respeito.





Não costumo escrever Reflexões tão seguidas, mas depois de tudo o que tenho ouvido ultimamente, achei que seria um tema apropriado, porque tudo isto está humana e socialmente errado:

Hoje celebra-se (ou deveria celebrar-se) o Dia Internacional da Mulher. Hoje devia ser uma dia de orgulho. Hoje devia ser um dia realização. Mas a verdade é muito mais dura do que possam pensar, porque não basta fazer de conta que é tudo cor-de-rosa e que alcançámos grandes feitos. As novas gerações de meninas e raparigas tomam tudo por garantido, mas a História diz-nos que tudo o que as mulheres conquistaram nós últimos 119 anos foi à custa de muita dor, sofrimento, sacrifício, coragem e persistência. Infelizmente, mais de metade do mundo permanece cega para a triste realidade de que existem milhares ou milhões de mulheres e raparigas que não são livres, que continuam a ser inferiorizadas (e pior!) por mentalidades machistas e opressoras.

Mesmo nos ditos países civilizados, as desigualdades entre homens e mulheres são persistentes... E a constante desilusão perante a inacção social tende a derrubar até a mais enraizada crença, mas é por essa razão que nos devemos unir e dizer «Basta!» E é este o momento certo para o fazer, porque tudo o que temos é o Agora! Amanhã será tarde de mais para evitar seja o que for!

Feliz dia da Mulher!

segunda-feira, 4 de março de 2019

Reflexões #28 - Que se lixem as expectativas!





Peço desculpa se pareço rude ou insensível, mas a verdade é que chega uma altura na vida em que não podemos continuar a pactuar com os princípios sociais que nos estrangulam e com os quais não concordamos - temos que nos libertar! Como? Trabalhando todos os dias para sermos nós próprios e dar-mos o nosso melhor, independentemente dos resultados.

Tentar estar de acordo com aquilo que esperam de mim não me está a levar a lado nenhum, por isso, é o momento ideal para tomar o controlo da minha vida e começar pôr em prática os meus princípios para ser feliz. Por essa razão afirmo que se lixem as expectativas sociais sobre o que devo ou não fazer da minha vida, porque a vida é minha e eu é que sei aquilo que de deixa realmente realizada!

As coisas que nos realizam são aquelas pelas quais devemos lutar acerrimamente, não importa o que os outros digam. Temos de acreditar em nós e nas nossas capacidades, pois só assim poderemos estar em paz connosco e com o mundo.

Assim, vou dizer «não» ao que não me faz falta, vou dizer «não» ao ego, vou dizer «não» ao conformismo social, vou cuidar de mim para poder cuidar dos que me rodeiam, vou conectar-me com o que me faz evoluir, vou seguir a minha intuição e amar a vida, vou ser alma nómada que sempre fui e conhecer o mundo... Enfim, vou ser o meu verdadeiro «eu» e não a máscara que os outros esperam que seja!

sexta-feira, 1 de março de 2019

Vive a Tua Luz, Inês Nunes Pimentel





Nunca fui muito dada a ler livros sobre desenvolvimento pessoal, mas nos últimos tempos tenho estado emocionalmente em baixo e dois passarinhos decidiram dar-me um empurrãozinho com as duas últimas leituras que fiz. Enquanto A Equação da Felicidade com a sua perspectiva analítica e deixou a pensar, Vive a Tua Luz da Inês Nunes Pimentel, cujo exemplo muito admiro, foi a lufada de ar fresco que vai de encontro às minhas mais "silenciadas" convicções. Desde cedo somos confrontados com complexos padrões de aceitação social entre os nossos pares, que nos fazem crer na competitividade crónica para sermos felizes: ter o melhor emprego, a melhor casa, a melhor roupa, etc; acabamos por tomar tudo como certo e quando tropeçamos não sabemos lidar com a situação. Com este livro percebi que não é bem assim: a verdadeira felicidade depende somente de nós e da maneira como escolhemos encarar a vida, ou seja, é tudo uma questão de força de vontade. Para quem, como eu, ainda está à procura do seu lugar no mundo recomendo vivamente a leitura deste livro.