Reflexões #39 - Por portas e janelas...

Tinha muitos planos para este ano, mas tal como os de toda a gente, ficaram suspensos ou foram mesmo deitados por terra. Pouco ou nada se pode fazer com o Mundo parcialmente parado e amedrontado por causa de um inimigo invisível. Ver acontecer algo com esta dimensão não é fácil de digerir.

Aquilo que deveria ser um ano bom, tornou-se no ano mais difícil dos últimos tempos… Nem tudo é mau e quero muito acreditar que «quando se fecha uma porta, abre-se uma janela», mas não é fácil parar de pensar no que pode correr mal e que se os sistemas que nos regem colapsarem, então todas as janelas de oportunidade podem fechar-se de vez.

Que será de nós se o Mundo parar outra vez? É assustador pensar no que pode acontecer, mas é pior ceder ao medo… certo? E enquanto os dias encurtam e o frio se aproxima, não há nenhum plano de acção, nada que nos dê garantias que este problema se resolverá.

Então, repito: Que será de nós se o Mundo parar de novo?

Apesar de a espera ser angustiante, só o tempo o dirá, mas uma coisa vos garanto: cada um é responsável por si próprio e pelas suas acções. Só espero que as portas e janelas continuem abertas, para não cedemos ao medo e tenhamos coragem para viver da melhor forma.

A Rapariga e o Espelho, Cecelia Ahern

Para quem está habituado à escrita de Cecelia Ahern, sabe que a autora se esmera no suspense e na magia nas suas obras. Estes dois contos não são excepção e a sua não-tão-simples-simplicidade faz-nos pensar como por vezes tomamos por certas as coisas mais fugazes da vida e, na nossa imperfeita natureza humana, revivemos os constantes «e se?» que nos prendem ao passado. A vida não acontece no passado, além disso, é nos momentos de viragem que surgem os maiores testes às nossas convicções, sobretudo quando não controlamos nada do que sucede à nossa volta. Esta é a lição que estes contos me trazem; terão de ler o livro para descobrirem as vossas lições.

O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

Toda a vida ouvi falar deste livro, ouvi várias citações e nunca, mas nunca, ninguém se lembrou de mo oferecer, nem eu de o comprar! Foi uma falha grave? Não sei, talvez; mas teorias de livrólicos à parte, este livro é só das coisas mais queridas que já li, pela sua simplicidade e pela forma como cativa o leitor, seja qual for a sua idade, porque é um lembrete ternurento para aquelas «crianças crescidas» que se esqueceram das coisas importantes da vida, como observar o que nos rodeia, cuidar uns dos outros e de apreciar as coisas mais simples que «são invisíveis aos olhos». Esta é uma daquelas leituras que vem fazer a minha criança interior feliz, porque a felicidade é o nosso estado natural; nós apenas nos esquecemos de como voltar a esse estado...

Voyager, Diana Gabaldon

Estou oficialmente viciada nesta saga! O terceiro volume leva-nos, 20 anos depois da catastrófica batalha de Culloden, numa incrível viagem de separação, reencontro, redescoberta, amor, perdão, coragem e intriga até ao mar das Caraíbas. Estes livros são compridos e levam o seu q. b. de tempo para serem lidos, mas dou por mim sempre à espera de mais; a narrativa é tão vibrante que é difícil parar de ler e são estórias como esta que me fazem acreditar na força do amor verdadeiro, capaz de perdurar no tempo, mesmo nas alturas mais difíceis. A capacidade da autora para surpreender o leitor a cada novo livro é extraordinária e mal posso esperar descobrir o que vem a seguir!

Dragonfly in Amber, Diana Gabaldon

Neste livro, dei por mim outra vez vidrada e suspensa nas palavras de Gabaldon, A aventura continua numa mistura de emoções fortes e reviravoltas impressionantes que tornam esta corrida contra o tempo impossível de largar, porque da tentativa de impedir uma revolta, Claire e Jamie vêem-se arrastados para o meio da mesma contra vontade, lutando para sobreviver a uma guerra sem sentido. 

A dúvida persiste: será possível alterar o rumo dos acontecimentos ou irá a interferência dos protagonistas causar o caos?  Para descobrirem têm que ler!

 

Pedaços de Escrita #71

Desejos e pó de fadas. Murmúrios no vento e nas estrelas. A lua prateada em contas coloridas e luzes brilhantes, a poesia do pôr-do-sol no Verão e da madrugada no Inverno. O desabrochar delicado das flores, o zumbido dolente das abelhas. O cair das folhas ociosas e o cheiro da terra molhada depois da chuva. A simplicidade das das pequenas coisas e a grandiosidade dos pequenos gestos quotidianos...

Esta é a essência da vida: Acreditar! Acreditar dá-nos o poder de criar o nosso mundo interno e trazê-lo para o exterior, porque acreditar é transformar e evoluir enquanto seres de Amor Universal! Porque o Amor vence tudo, sempre!

Reflexões #38 - Distinguir o Certo e o Errado

Costumo dar um tom meio sonhador às minhas reflexões, mas hoje é com dureza que exponho alguns factos relativos ao que tem acontecido nos últimos dias, porque é inaceitável que continuem a acontecer situações destas, sobretudo numa altura em que atravessamos algo sem precedentes.

Assim sendo, deixem-me dizer-vos isto: o Racismo é um conceito arcaico, nascido ainda antes do tempo da escravatura e não se aplica apenas aos povos africanos, pois também os judeus (e outros) foram perseguidos durantes séculos. Este conceito inútil resulta da ignorância e incompreensão daqueles que nada vêem para além do seu Ego!

Por este motivo, entre outros, milhões de pessoas sofreram e ainda sofrem, toda a espécie de perseguições descaradas e sem razão. No entanto, esta questão é uma faca de dois gumes, porque nenhum dos lados é totalmente inocente ou culpado; o acumular de situações leva a que cada um interprete a questão à sua maneira e o conflito continua…

As sociedades actuais acham-se muito avançadas, mas demonstram um aprofundar da estupidez incrível! Aquilo que aconteceu esta semana nos EUA prova isso mesmo. Poderia ter acontecido noutro lado qualquer, mas as diferenças raciais são tão acentuadas neste país que a mínima faísca provoca uma explosão enorme!

Verdade seja dita, com tantos exemplos de como o ego pode destruir tudo registados aos longo da História, já deveríamos ter aprendido a lição, mas continuamos, enquanto Humanidade, a cometer os mesmos erros, em vez de fazermos melhor em prol das gerações vindouras. Senão alterarmos esta situação, deixará de haver distinção entre os certo e o errado, o justo e o injusto, porque a nossa liberdade acaba onde começa a do outro!

Outlander, Diana Gabaldon

Há algum tempo que não me sentia arrebatada por uma narrativa... Apesar de ter começado a ver a adaptação televisiva antes de encontrar os livros (e confesso, gosto muito mais do livro), a fidelidade aos pormenores mais relevantes para a estória é incrível! O melhor foi o desafio de ler 850 páginas em inglês e mais ou menos duas semanas! Fi-lo de propósito por vários motivos: primeiro, gosto de ler em inglês e sentia essa necessidade; segundo, porque a edição portuguesa é cara, não permitindo dar continuidade à leitura com brevidade e terceiro, acabamos por perder certos pormenores nas traduções, infelizmente...

Estou completamente vidrada na estória e rendida à narrativa de Gabaldon, misto de História e ficção, mas fluída e fácil de seguir (com algumas paragens para consultar o dicionário e expandir o vocabulário!). Esta foi a melhor viagem que iniciei nos últimos tempos!

Dia Mundial do Livro 2020

Este ano o Dia Mundial do Livro e direitos de Autor é diferente: não há actividades nem livros nas ruas. Ainda assim, surgiram iniciativas nas redes sociais e o dia foi lembrado e serve também para lembrar do importante trabalho desenvolvido pelas livrarias independentes, agora em crise porque as pessoas não podem comprar livros presencialmente. 

Porém, esta é uma excelente oportunidade para comprar livros! Muitas destas livrarias entregam em casa e da necessidade de sobreviver nasceu a RELI - Rede de Livrarias Independentes, onde encontram campanhas muito boas e os contactos das livrarias para encomendar os livros. Bastam alguns cliques no computador, o que vos custa?

É irónico que num país com uma história literária tão vasta, se vá degradando o papel do escritor e do livro e digo isto sobretudo como escritora. Adoro ler, adoro sentir o peso do livro nas mãos, cheirá-lo e infelizmente não os posso comprar sempre que quero...

Nesta altura de confinamento não há melhor forma de passar o tempo, porque cada livro tem algo para nos ensinar, algo que nos cura a alma e sossega o sistema nervoso. Fica a dica: leiam mais, releiam os livros que gostam e tentem, se possível, comprar nas livrarias independentes; seria muito triste vê-las fechar portar por causa de algo que não se vê...

Reflexões #37 - Manter a Sanidade Mental em Isolamento Social

Estou há um mês fechada em casa. Há um mês sem trocar beijos e abraços com aqueles que me são próximos. Há um mês a viver na incerteza desta situação surreal... No entanto, estou grata ao Universo, por estarmos bem até agora.

É difícil não ter um medo constante de que o chão desabe por baixo dos pés de um momento para o outro: a minha irmã é enfermeira e as minhas primas são médicas; estão sujeitas todos os dias a ficarem doentes! Eu sou doente crónica e tão depressa não poderei arriscar-me a sair à rua... 

Ainda assim, eu acredito que vai correr tudo bem, porque este não é o momento de ficar a lamentar a liberdade perdida, mas sim de a valorizar tendo a coragem de acreditar que o sol surge sempre depois da tempestade e que vamos ultrapassar isto! 

Enquanto isso, ocupemo-nos da melhor maneira possível, sobretudo aproveitando para parar, reflectir e escutar a nossa essência, deixá-la manifestar-se livremente e abraçar a mudança interior em prol da transformação social que o mundo precisa!
(Oiçam a canção Melhor de Mim da Mariza que diz tudo!)

Somente através da cura da nossa criança interior manteremos a sanidade!

Juro Amar-Me, Isabel Baía Marques

Este livro não se tornou o «livro inspiracional do ano» passado por acaso! Acabei de o ler e ainda estou a absorver a energia positiva que me transmitiu! Escrito sobretudo em poesia narrativa é ideal para ler ao acaso sempre que precisarmos de um fôlego de inspiração, relembrar-nos da nossa força interior e que a vulnerabilidade apenas nos torna humanos. Houve textos que fizeram ricochete no meu íntimo, outros nem tanto, mas adorei este livro; é um bom suporte emocional tanto para quem está a iniciar a sua jornada de amor-próprio como para quem já deu alguns passos importantes, porque nos incentiva a não desistir da nossa própria cura. O amor-próprio é a base para podermos dar o melhor de nós, a nós e aos outros, por isso devemos procurar superar-nos, fortalecer-nos e amar-nos a cada instante de todos os dias. Temos que ser Amor!

Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, Dale Carnegie

Este livro é antigo, mas tal como algumas coisas com séculos de existência, mantém-se actual. Este não é só um livro informativo, mas sim um manual sobre relacionamentos humanos! Enquanto o lia dei por mim várias vezes a pensar: Este livro deveria fazer parte das leituras obrigatórias escolares!  Ter-me-ia ajudado muito na adolescência! Isto porque, de uma forma bastante simples e práctica, Carnegie põe-nos a pensar sobre o o nosso próprio comportamento perante as atitudes dos outros e ensina-nos a agira em vez de reagir! Se repararem, na grande maioria das vezes limitamo-nos a reagir a algo que os outros nos dizem ou fazem; não ponderamos nas consequências, ou seja, para cada acção existe uma reacção. No fundo, este livro trata-se de curso resumido que, na minha humilde opinião, deveria ser incluído no currículo escolar; porém, creio que todas as gerações beneficiariam se lessem este livro que serve para ser lido, relido e manuseado sempre que necessário.

Reflexões #36 - Desejos de Aniversário durante a Pandemia

Terminei o último ano esperançosa de fazer acontecer e certa de que por esta altura já estaria a realizar a minha vida. No entanto, troquei os pés pelas mãos, deixei-me enredar nas energias retrógradas de Mercúrio e estagnei. Contava que ocorresse uma mudança, mas nunca imaginei que celebraria o meu aniversário no decurso de uma Pandemia!

Porém, devo dizer que o Karma tem uma força brutal, porque andamos (a humanidade em geral) a estourar os recursos naturais, esgotar a Terra até ao limite e a ignorar os sinais que a Natureza nos transmite (através das catástrofes naturais recentes), entre outra asneiradas há tanto tempo, que a Mãe Terra se fartou do nosso egoísmo e nos lançou um ultimato!

Acreditem que encarar esta pandemia como um ultimato da Natureza é muito melhor do que equacionar a alternativa. É um facto que não é a primeira vez que surge algo deste género; o mundo enfrentou outras pandemias e continuou a girar, tendo a humanidade muito menos conhecimento do que tem hoje.

Precisamente por isso temos que acreditar que vai ficar tudo bem, confiar no Universo e despertar  de vez para a necessidade de sarar a nossa conexão com a Natureza, porque fazemos parte dela, parte do todo! Não somos nem nunca fomos superiores, a única coisa que nos distingue dos animais é a nossa capacidade de pensar e expressar o nosso raciocínio!

 Perante a incerteza de quanto tempo isto vai durar, temos de parar, respirar e recolhermo-nos à nossa essência. Precisamos de nos curar a nós próprios primeiro para em conjunto curarmos a Mãe Natureza. Assim, o meu único desejo é que esta situação nos ensine a todos a viver em Amor. Porque só através do Amor Incondicional Universal seremos capazes de ser mais e melhores.

O Caminho da Deusa Guerreira, Heatherash Amara

Achei este título muito curioso e, apesar de curto, o livro é muito interessante. Em dez resumidas, mas bem explicadas lições, a autora fornece-nos (a nós, mulheres) um conjunto de ferramentas para alcançarmos a nossa melhor versão e desenvolvermos o potencial do nosso «eu» verdadeiro. Reflectir sobre quem somos é o primeiro passo na jornada de autoconhecimento e nem sempre é fácil saber por onde começar. Escrito num tom coloquial e de forma franca e aberta, este livro é um bom começo, por isso, se estão também na vossa jornada de autoconhecimento, seja e que momento for, leiam este livro; creio que o vão achar muito útil. Boas leituras! 

Pedaços de Escrita #70

E foi assim, leve e solta, pelo bosque dentro, rindo e cantando, ao encontro do seu destino. Ele esperava-a na clareira repleta de luz, absorvendo os raios de sol morno que se escoavam pelas copas cerradas das árvores. Aquele seu encontro tão natural e mágico era tão essencial como respirar, mas ainda assim um momento tão efémero como um sonho de Verão. Dançaram ao ritmo da melodia do seu amor, embalados pelo chilrear dos pássaros. À noite olhavam para o céu, confidenciando à lua e sonhando com o seu reencontro espiritual naquele bosque maravilhoso, onde evidenciavam a naturalidade da vida e a magia do amor primordial, a única verdade que vale a pena viver.