sábado, 13 de dezembro de 2014

Pedaços de Escrita #14






Chuva aborrecida. Do outro lado da janela, o mundo está molhado e frio. Se fica mais frio e continuar a chover pode nevar. Seria bom ter neve no Natal; mas geralmente isso não acontece aqui porque nunca fica frio o suficiente. Natal ... aquela época do ano, quando se devia reflectir no ano inteiro e estar rodeado pela família e amigos, amor, vida e riso, compartilhar o calor  de uma lareira e histórias engraçadas, e receber presentes dados com o coração. Em vez disso, as pessoas correm de um lado para o outro, sem viverem esta época com alegria, muitas vezes separam-se umas das outras ou simplesmente fecham o seu coração à magia do Natal. Sim, o Natal é suposto ser mágico, acima de tudo o resto, mas as pessoas esqueceram-se  de como acreditar e dar um salto de fé; fizeram-se infelizes num momento que deveria ser feliz por todas as razões e mais algumas. É claro que quando crescemos, o Natal muda em todos os sentidos, de uma forma ou de outra; cabe a nós mesmos tentar manter a simplicidade e ter a coragem de pensar "Vamos ter fé e acreditar na magia do Natal, ok?". Eu digo, está bem, vamos tentar!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Pedaços de Escrita #13






É tão bom ler um livro. Folheá-lo e sentir-lhe as páginas, cheirá-lo. Não há sensação comparável. Sim, agora a maioria dos leitores fá-lo através de edições digitais, mas perde todo o contacto com o livro: o texto está ali, diante dos olhos, mas longe do toque, da sensação calmante de segurar o livro nas mãos. Eu não; eu continuo a sentir o fascínio que a forma física do livro me provoca, a querer senti-lo e cheirá-lo, a querer ter consciência do seu peso nas minhas mãos. Ler é uma aventura maravilhosa; uma terapia de emoções a que só alguns cedem, mas mesmo assim, algo que transporta para lá da racionalidade, para o lugar onde tudo é possível se o imaginarmos, se tivermos uma derradeira vontade de nos perder no tempo e no espaço, mesmo que apenas por alguns minutos. É tão bom ler um livro.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Pedaços de Escrita #12






Era o vento frio que me fazia tremer; a rua, as casas, o chão, as árvores, tudo girava num rodopio incessante e avassalador. Deixei de ver, de ouvir, de sentir; a escuridão da noite cobriu-me e os meus olhos fecharam-se para o mundo. O silêncio oprimia-me quando acordei sem saber onde estava, caída no meio da estrada deserta, completamente sozinha. Onde estavam todos? O que acontecera? O vento levantou-se de novo e começou a nevar. Levantei-me, ainda zonza, e cambaleei pela estrada. Ergui os olhos para o céu escuro de onde caíam milhares de pontos brancos que cobriram o solo com o espesso manto branco do Inverno. Lágrimas quentes correram pelas faces e não as limpei. Segui a estrada silenciosa, sempre a tremer, sem olhar para trás. Então, uma luz rompeu a escuridão, ao longe, numa promessa de conforto. Continuei a andar, cada vez mais devagar, por entre a neve que me chegava aos tornozelos; começou tudo a rodar novamente e a minha visão turvou-se. A luz parecia afastar-se, agora pontilhada de sombras, agora brilhando alaranjada, e um apelo abafado cortou o ar da noite. Depois desmaiei no solo gelado, enquanto o vento soprava na noite escura, o silêncio deturpando-me os sentidos.

Círculo de Magia, Debra Doyle e James D. Macdonald





Esta foi outra das séries literárias que me acompanharam na adolescência e agora, ao fim de uns bons anos, reli-a com avidez, porque é impossível parar a leitura antes de chegar ao fim. Uma história emocionante sobre aventura, lealdade, amizade e força de vontade; a história de um rapaz simples que desistiu da cavalaria para se tornar feiticeiro, contada com mestria, mas que infelizmente parece ter ficado incompleta, pois há muito tempo que Doyle e MacDonald não publicam nenhuma aventura desta série e é pena que haja alguns erros de tradução ao longo da narrativa, mas seja como for, é bastante inspiradora e ensina-nos lições valiosas, como o facto de que a vida é feita de escolhas, e todas as escolhas têm consequências, e que nem sempre as coisas são o que parecem ser. Vale mesmo a pena!