domingo, 30 de setembro de 2018

O Livro de Cesário Verde, Cesário Verde





Para quem não é muito de poesia, ler dois livros de poemas seguidos é um recorde! Brincadeiras à parte e sem querer repetir aquilo que já disse em vários posts, ler a nossa literatura é importante. O que têm em comum estes autores de que tenho falado? O facto de que o nosso primeiro contacto com as suas obras / trabalho aconteceu enquanto estudantes. E nessa fase da nossa vida nem sempre é fácil gostar ou apreciar este género de obras, uma vez que estas são praticamente "impostas" pelo programa curricular de português. Tendo isto em conta, considero que é muito mais fácil ler estes autores quando e se realmente surgir o interesse. Em contraste com Almeida Garrett, cuja poesia está repleta de imagens românticas, Cesário Verde é o poeta do real, subvertendo ao sabor da imaginação imagens tanto da cidade como do campo, entre os quais sempre se repartiu a sua vida; retrata ainda alguns momentos dolorosos, sendo um dos poetas cujo trabalho foi publicado postumamente num único livro. Ainda assim, vale a pena ler os seus longos poemas, acelerados monólogos cuja vivacidade não chega para conter todas as imagens e emoções.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Folhas Caídas e Flores sem Fruto, Almeida Garrett





Nunca fui muito de ler poesia, porque na escola ensinaram-nos a desconstruir os poemas em significados ocultos e figuras de estilo, rimas e ritmos, etc., ou seja, acabei por não saber lê-los de forma degustativa, apenas pelo gozo de ler. No entanto, estou a passar por uma fase de literatura portuguesa, o que é muito bom e como tal, ler um dos poucos autores clássicos que gosto fica sempre bem. Estas duas colectâneas reúnem poemas maioritariamente românticos que aludem frequentemente à natureza e transmitem o sofrimento / desespero do sujeito poético face ao afastamento / ausência da amada, entre outras oposições; a temática tem também variações religiosas, mas também se manifesta claramente o contraste entre o amor sentimento e o amor paixão. Apesar do sentimentalismo romântico, considero uma leitura interessante, embora um pouco triste.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Fora da Zona de Conforto!





Olá a todos! Como vão essas leituras? Espero que este post vos encontre bem!

Já ouviram falar da expressão Sair da Zona de Conforto? Pois bem, foi o que me aconteceu este fim de semana, porque saí da minha zona de conforto ao aceitar ser animadora de crianças num casamento e, assim, tive uma experiência diferente. Foi um dia e meio bastante cansativo, mas também muito gratificante, entre entretê-los com uma oficina de máscaras (mais os graúdos que os miúdos), cativá-los para o tema do evento, acompanhá-los nas refeições, contar estórias, brincar e olhar por eles até ao fim do dia. E a acompanhar isto tudo, o ar puro e a tranquilidade da Serra da Estrela!

Para quem não está habituado a lidar com crianças diariamente, como acontece comigo, este género de actividades é um desafio à paciência (e à voz!), mas para ser sincera, prefiro trabalhar com crianças pequenas, mesmo tendo em conta a responsabilidade acrescida e o facto de que nem todas são tão fáceis de lidar como este grupo. Creio que foi uma primeira experiência bem sucedida, até porque se tratou de um bom trabalho em equipa, entre mim e a babysitter; para além disso, ainda fiquei com algumas ideias para um novo Conto!

Assim sendo, já sabem, se precisarem de alguém para entreter os mais novos (mesmo que seja só a contar estórias), não hesitem em contactar. Por agora, fiquem atentos ao blog, porque volto em breve com mais opiniões e novidades.

Até já!



quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Um Auto de Gil Vicente, Almeida Garrett





Ao iniciar a leitura desta peça tive um enorme déjá vù e fiquei a pensar: Espera, lá, afinal eu conheço isto! Pelo menos reconheci o início, porque estudei o texto nas aulas de português, mas não tinha ideia nenhuma do resto do texto. Seja como for, Almeida Garrett é dos poucos autores clássicos que eu me atrevo a dizer que gosto de ler, eh eh. Este Um Auto de Gil Vicente trata-se da recuperação do teatro português, o qual teve início com a escrita elaborada e floreada de Gil Vicente, mas que posteriormente a este, foi votado ao esquecimento algures durante a época dos descobrimentos e reformulado por Almeida Garrett. Ou seja, esta obra é um marco da história da nossa literatura / cultura, que é tão rica de tantas formas e continua a ser desvalorizada injustamente. Façam um favor a vocês mesmos e cultivem-se ao ler os nossos autores, sejam eles clássicos ou contemporâneos, mais ou menos conhecidos; o que importa é que os leiam e lhes dêem uma oportunidade; acreditem que terão uma boa surpresa!