sábado, 27 de janeiro de 2018

O Livreiro de Paris, Nina George





Há livros que, efectivamente, nos surpreendem. Este surpreendeu-me por não ser a expectável história romântica que o leitor espera encontrar numa obra do género. Trata o amor sim, mas o amor perdido que acaba, de certa forma, por ultrapassar os limites físicos da humanidade. Fala-nos do amor perdido para a morte, do luto e do perdão, da irrevogável continuidade da vida. Numa escrita fluída, reflexiva e coerente, a autora transmite-nos uma ideia muito precisa das sensações vividas pelas personagens, sobretudo o protagonista, que ao fechar-se à vida, viveu duas décadas na ilusão e quando finalmente compreende o que perdeu, entrega-se a um luto tardio intenso, mas necessário. E é essa a principal noção que a narrativa nos transmite: que fazer o luto é um processo necessário, vivido conforme a pessoa, dure o tempo que durar. Quem já passou por situações semelhantes sabe que não é fácil, que se torna quase impossível aceitar a perda de alguém querido. Às vezes só precisamos de um empurrãozinho  para seguir em frente, nem que tenha de ser a própria vida a dá-lo!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Reflexões #14 - Dar um Passo Atrás





Apercebo-me de que neste nosso quotidiano cada vez mais acelerado, as páginas da vida vão sendo cada vez viradas cada vez mais depressa. É vertiginoso como encerramos e iniciamos capítulos assim, com um estalar de dedos! Então pergunto-me: O que aconteceu àquela máxima de "viver um dia de cada vez"? A verdade é que não me encaixo neste modelo de juventude que quer tudo de forma automática (se bem que há coisas que já podiam estar a acontecer agora...), que perdeu a sua individualidade para se tornar uma máquina consumista a favor de uma sociedade que se encontra profundamente desajustada, quanto mais não seja porque as regras e ideais que os nossos pais e avós aprenderam como certas e fundamentais já não se aplicam ao "Agora" em que vivemos!

Apre, que está na hora de mudar isto! Há que parar para pensar, para respirar, para desacelerar e recuperar a respectiva individualidade! Há que assumir as paixões (em termos de ocupação) e os desejos sem medo de recriminações; há que viver a vida segundo os nossos sonhos, mas sobretudo, há que abrandar o ritmo e sentir tudo em plena consciência, ser feliz na realização das conquistas pessoais, de sermos mais humanos em tudo o que fazemos, de fazer com que cada dia valha a pena ser vivido e voltarmos à naturalidade do antigamente.

Chega de guerras e conflitos sem sentido em nome do poder, da religião ou se sentimentos indignos. É tempo de vivermos em liberdade e respeito, tendo em consideração o espaço do outro... É tempos de reformularmos a sociedade, começando connosco próprios, pois só assim haverá possibilidade de mudar o mundo.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A Viagem dos Cem Passos, Richard C. Morais





Costumo ler o livro antes de ver o filme, mas quando vi a adaptação deste livro, ainda não sabia que o mesmo existia; depois suscitou a minha curiosidade. Relevando as diferenças mais do que óbvias entre um e outro, gostei bastante deste livro. É, de facto, uma leitura inebriante que nos fala da arte de cozinhar, do amor da família, da realização pessoal e dos sacrifícios que muitas vezes devemos estar dispostos a fazer para concretizar as nossas maiores ambições, de como nem sempre as mesmas se concretizam e de como devemos aprender a conviver com o sucesso dos outros, mas acima de tudo, a não baixar os braços, a lutar, a reinventarmo-nos se for preciso! Para além disso, começo a acreditar que, consciente ou inconscientemente, as minhas leituras mais recentes me têm incentivado a lutar pela minha realização pessoal. Acho que é o que todos devemos fazer, ultrapassando à vez os obstáculos que a vida nos apresenta. Recomendo vivamente a leitura deste livro, rico em sabores variados e diferentes aprendizagens.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

2018!





O que dizer de um ano que, em certa medida, me trocou as voltas todas à vida? Sim, havia coisas que queria fazer em 2017 que não fiz; houve outras com as quais me surpreendi. Apesar de tudo, consegui finalmente entrar no mundo da literatura (no qual me espera muito trabalho!), logo pela via mais difícil: a poesia! Uma coisa é certa, nada como baixar as expectativas ao máximo e aproveitar as oportunidades que a vida nos dá para fazer limonada. Por isso, este ano vou tentar realizar ainda mais alguns projectos, mesmo que não corram tão bem como esperado e contar apenas com o inesperado. E agora algo que eu sei que já se tornou cliché, mas cá vai: Feliz Ano Novo!