quinta-feira, 9 de abril de 2015

Manhã Submersa, Vergílio Ferreira





É a segunda obra que leio de Virgílio Ferreira e mais uma vez, a sua capacidade descritiva deixa-me sem palavras. Não digo que seja dos meus favoritos, mas o tema é propício a reflexões longas. Quantas vezes não damos por nós a seguir o caminho que outros nos destinaram e não aquele que queríamos ter seguido? Quantas vezes não nos sentimos revoltados por nos obrigarem a viver como não cremos? É precisamente isto que está em causa, quando António se vê forçado a ir para o seminário contra a sua vontade. Não só a religião e a morte são abordadas neste romance, mas também o amor próprio, o existencialismo, a adolescência conturbada de dúvidas e revolta; tudo isto de uma maneira profunda sob o uso de palavras carregadas do nosso português que hoje em dia já não se usam tanto. Vale a pena ler e reflectir.

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