quarta-feira, 10 de abril de 2013

Northanger Abbey, Jane Austen






Com a caprichosa e elegante sociedade de Bath e a misteriosa, gótica, Northanger Abbey como pano de fundo, Jane Austen deixou-nos a sua sátira aos romances góticos da sua própria época. Esta talvez seja a novela mais curta que Austen escreveu, mas não deixa de ser hilariante. Em Northanger Abbey o leitor é confrontado com uma sátira perspicaz, a qual vem criticar e expor o exagero absurdo do romance gótico que emergia na época. A protagonista Catherine Morland é apresentada como uma rapariga bonita, mas cuja imaginação demasiado fértil, alimentada pela sua leitura de obras góticas, a par com a sua ingenuidade, a conduz a uma tremenda humilhação. Por outro lado, o facto de Henry Tilney não ser um herói romântico confere à obra uma dimensão muito mais realista, apesar de terminar com o noivado entre eles. Gosto sobretudo da relação que Catherine mantém com o irmão e mesmo com Henry Tilney. Recheado de personagens hilariantes e uma heroína sonhadora e um tanto ingénua que procura ser aceite e integrar a sociedade do mundo que conhece, Northanger Abbey é uma mistura de aventura e crítica. Quando Catherine é apresentada aos Thorpes, tudo o que ela deseja é formar uma boa amizade com Isabella, apesar de não suportar o irmão desta. Por outro lado, da sua genuína afeição aos Tilneys, que é retribuída, resulta uma amizade verdadeira e apesar da mesquinhez de Jonh Thorpe tudo se resolve pelo melhor.

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