segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pedaços de Escrita #7






Contos de Fadas; esta simples expressão, que está sempre associada com o "Era Uma Vez" e "Viveram Felizes para Sempre", carrega um significado muito mais profundo do que aquele que lhe é popularmente atribuído. Povoam os nossos sonhos de infância, proporcionam-nos um sentimento de familiaridade; provocam-nos um fascínio electrificante de cada vez que os ouvíamos. Mas os tão amados Contos de Fadas não eram, de todo, destinados a crianças na sua forma original; na verdade, só ganharam essa particularidade na transição do século XVIII para o século XIX, altura em que o conto se afirmou como género. Lembro-me de ouvir (e ler) muitos deles sob diferentes formas e mesmo tanto tempo depois da infância, continuo a sentir o mesmo deslumbramento, embora os leia e observe num outro ângulo, com o conhecimento do que se esconde sob a superfície dos Contos de Fadas: múltiplas interpretações de significados, múltiplas hipóteses de leitura, múltiplas possibilidades; uma forma de arte literária que deu nome a grandes nomes da literatura europeia e que se mantêm tão fascinantes como quando foram transcritos para o papel. E como foi dito uma vez: os contos de fadas foram escritos "em parte para as crianças, em parte para aqueles que mantiveram as faculdades infantis da maravilha e da alegria".

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