sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Pedaços de Escrita #18






Havia uma canção que a minha mãe costumava cantar-me. Ela dizia que a canção conta a nossa história; a nossa verdadeira história, desde a era dos heróis até aos nossos dias, totalmente passados na estrada. Os bons velhos tempos, a viajar sempre para onde quer que o vento nos levasse. Isso aconteceu na altura em que eu tentava definir-me e ao meu lugar no mundo; foi nessa altura que eu percebi como tinha sorte por estar sempre na estrada. A mãe disse-me uma vez que viajar não seria uma alegria constante, e eu poderia ficar cansada e desejar assentar, que era normal se o fizesse. Eu não imaginava que isso acontecesse, mas a verdade é que depois de ambos os meus pais terem partido, a vida na estrada perdeu o encanto e a alegria. Bem, mais tarde, voltei a encontrar a felicidade com o Caleb e os gémeos, e volto à estrada com eles de vez em quando, quando a vida se torna aborrecida demais para nós. É o que a mãe chamava de aproveitar para viver o momento, onde quer que o vento nos leve e é maravilhoso.

Sem comentários:

Enviar um comentário