segunda-feira, 30 de março de 2015

Pedaços de Escrita #23






Ele ainda trabalhava, mesmo à luz da vela, a faca talhando a madeira de uma maneira rítmica e precisa; por isso ela deixou-se ficar muito quieta enquanto continuava a escrever, a pena de escrever deslizando sobre o papel com uma precisão carinhosa. Os seus olhos encontraram-se de vez em quando e eles sorriam, sob o encantamento do amor. Finalmente pousaram ambos o seu trabalho, apagaram as velas e atravessaram a casa em silêncio. Amaram-se a noite toda, na expressão mais perfeita da sua paixão. A manhã ergueu-se, encontrando-os abraçados em braços um do outro, sustendo o momento tanto quanto possível na profundeza dos seus espíritos, perdidos na consciência da ternura e do amor. O silêncio mudo permaneceu enquanto os pássaros cantavam e o sol entrou timidamente no quarto, conferindo-lhe um brilho dourado.

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