sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pedaços de Escrita #34






Deixei-me absorver, logo aos primeiros acordes da guitarra, naquele tom country, e deixei de ouvir o rumor das conversas ociosas que giravam à minha volta, nesta e naquela direcção. E a minha mente voou, recuando até àquela leda madrugada, cheia de conversa, riso e carinho; aquela em fiquei nos braços dele sem pensar em nada, porque nada me podia atingir. O meu coração deu um salto e olhei em volta: lá está de novo, aquela sensação de que o vou ver entrar pela porta aberta a todo o instante; e de repente, está mesmo, com o mesmo sorriso caloroso de sempre, o olhar ardente na minha direcção.

A música continua  a tocar enquanto ficamos ali a olhar-nos um ao outro sem nos mexermos. Quando finalmente as nossas mãos se tocam, o toque é igual ao primeiro, mas melhor, porque desta vez sei que não há razão para medos, nem inseguranças. Ele puxa-me para uma dança, apertando-me gentilmente nos braços, inspirando profundamente. Parece um sonho, mas todo o meu corpo me assegura que não; que esta noite é real, que o nosso amor é real e forte o suficiente para perdurar no tempo.

Olhamos um para o outro, tomados por um mesmo pensamento e rimos entre nós. A música pára e começa de novo; continuamos a dançar, ignorando o resto do mundo. E de manhã não é apenas uma recordação, mas o começo de uma nova página nas nossas vidas.

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