segunda-feira, 13 de junho de 2016

Pedaços de Escrita #48






As montanhas erguem-se sobre o vale; escuras, imponentes, austeras. Surgem cobertas por uma neblina cinzenta que esconde os seus mistérios e maravilhas e coroadas de nuvens escuras e cruéis. A luz é mortiça à hora morna da tarde e o murmúrio do vento é suave ao tocar-nos na pele. Pontos de cor iluminam as encostas verdes e castanhas, misturando-se em tons de azul, lilás, amarelo, rosa e vermelho; o perfume das rosas e das flores selvagens relembrando a transição da estação. À hora quieta e silenciosa ergue-se o pronúncio da tempestade, mas ao crepúsculo é o sonho de Verão que permanece. Aquieta-se o mundo e o sol desaparece, o vento cala-se e as montanhas confundem-se com o negrume da noite. A hora do lobo encontra uma lasca de lua sobre uma floresta encerrada em bruma, que se desvanece na luz cinzenta da aurora. O chilrear dos pássaros saúda o novo dia enquanto o sol se ergue no zénite e as montanhas surgem novamente em toda a sua imponência sobre o vale silencioso.

Sem comentários:

Enviar um comentário