sexta-feira, 12 de maio de 2017

Pedaços de Escrita #56





Depois do calor inesperado e despropositado, veio aquela chuvada fria, carregada de nuvens sombrias e de mau augúrio. Desceu a temperatura abruptamente, desnorteando o termóstato biológico de toda a gente: ora se sente calor, ora se sente frio! É uma doidice pegada quando a chuva chega na altura errada, dando aso a um ininterrupto chove, faz sol, chove, faz sol, sem lógica nenhuma.

Já nada é certo como antigamente: o frio no Inverno, o ameno na Primavera e no Outono e o calor no Verão. O que aconteceu ao tempo para andar todo trocado? São as incongruências da nossa era, as consequências das más decisões e das trafulhices que os ricos e poderosos fazem, apenas para se tornarem mais ricos e poderosos, ao invés de empreenderem esforços conjuntos na preservação do equilíbrio natural, tão essencial à coexistência entre o Homem e a Natureza.

As boas acções são cada vez mais raras, conforme aumenta o egocentrismo e o narcisismo. A juventude de hoje já não se contenta com a simplicidade que o mundo tem para oferecer e complica a felicidade ao desejar igualar os seus pares, em vez de abraçar a diferença. O que se passa com as famílias e as escolas, cujos princípios parecem desmoronar-se? Anda tudo às avessas e já ninguém conversa sem ser através da tecnologia, demasiado acessível e evolutiva, mesmo nociva! Afinal, o que se passa com o mundo em geral e com as pessoas em particular, que já não sabem apreciar a beleza das pequenas coisas que lhes surgem diante dos olhos? Será desejar demais que nos tratemos como iguais, sem medos e sem constrangimentos?

Deixemo-nos de palavras não cumpridas e de utopias, mudemos as regras agora, porque está na hora de fazer o que manda o coração! Chega de infantilidades e cobardias, há que ter coragem de ser feliz e de o ser hoje, agora, neste momento, porque o passado já foi, não o podemos mudar, mas o futuro incerto só depende dos passos que damos no presente.

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