sexta-feira, 23 de maio de 2014

Leitura de livros digitais não substituiu leitura em papel!



Ora aqui está uma boa notícia:

Leitura de livros digitais não substituiu leitura em papel


"Estudo Internacional conclui que há mudança de paradigma, mas livro em papel continua a dominar

A leitura de livros em formato digital não substituiu a dos livros em papel, mas há uma mudança do paradigma de leitura por causa da Internet, concluiu um estudo português, de âmbito internacional, a divulgar hoje.

Algumas conclusões do estudo, iniciado em 2011, serão apresentadas hoje na Conferência Internacional de Educação, na Fundação Caloste Gulbenkian, em Lisboa, pelo investigador Gustavo Cardoso.

O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) e tem por base um inquérito feito em 16 países, incluindo Portugal, "sobre o que significa ler" na actualidade e como é que os utilizadores de Internet lêem em papel e em digital.

No caso de Portugal, a existência de grandes leitores em formato digital é ainda "incipiente", quando comparada com os restantes países incluídos no inquérito.

Apenas dez por cento dos inquiridos portugueses disseram ter lido mais de oito livros em formato digital ao longo do último ano, quando a amostra global do inquérito se situou nos 30 por cento.

"Tentou-se mapear a mudança. Como é que as pessoas estão a ler hoje, por via de terem adoptado, como forma de leitura, os ecrãs. Quais são as tendências de transformação que estão a tocar as bibliotecas e a relação com este tipo de leitores", antecipou Gustavo Cardoso, aos jornalistas.

No que toca ao mercado livreiro, o investigador referiu que em Portugal "quem está no sector joga à defesa" quando se fala em investimento no livro digital, e que não existe "uma estratégia comum a todos os editores".

O inquérito internacional também permitiu concluir que a leitura digital, em múltiplos suportes - telemóveis, 'tablets', computadores - coexiste com a leitura em papel e que o objecto de leitura inclui, além de livros e jornais, textos em blogs, correio electrónico ou mensagens partilhadas em redes sociais.

Segundo os investigadores do CIES, quem mais lê em digital é também quem mais lê em papel e o leitor actual "lê, escreve e partilha" perante uma comunidade.

O inquérito internacional revela ainda que os que dizem ler livros em formato digital têm um maior nível de escolaridade e relacionam leitura e prazer mais com livros em papel do que em digital.

Os dados permitem ainda verificar que ler livros e jornais em digital é uma actividade tão individualizada quanto a leitura em papel e que os leitores do digital valorizam, por exemplo, a possibilidade de aceder a um motor de busca para pesquisas.

O inquérito foi realizado em países como China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Brasil, México, África do Sul, Egipto e Austrália.

Os dados estatísticos permitem perceber, por exemplo, que no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul há mais leitores que leram um livro em digital (79%) do que na Europa (43% - Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido e Portugal).

O projecto, cujos dados finais deverão ser disponibilizados no final do ano, foram coordenados pelo investigador Gustavo Cardoso no CIES do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com a Fundação Caloste Gulbenkian. Da equipa de investigadores chegou a fazer parte Jorge Barreto Xavier, actual secretário de Estado da Cultura.

Lusa

28/10/2013"

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