domingo, 2 de novembro de 2014

Pedaços de Escrita #10






Longe, longe, é onde preciso de estar agora. Longe de todos, longe de todos os contos inacabados, longe de todos os sonhos por realizar. As emoções boas fugiram de mim e onde as posso encontrar outra vez? Talvez aqui mesmo, talvez não; talvez no outro lado do mundo, talvez em lado nenhum. O teu abraço impede-me de enlouquecer na minha hora mais negra; o teu amor é a única coisa que o meu coração precisa para se amenizar. Então, compreendo o que sempre soube: o amor é tudo o que é preciso para curar um espírito assustado e tu dás-me esse amor, por isso o meu coração sara. Não me largues, aconteça o que acontecer, ou então perder-me-ei na loucura do mundo para sempre. O murmúrio do vento é suficiente para me fazer tremer. Quer separar-nos, conheço a sua vontade. Mas tu olhas para mim tão calmo, sorrindo com tal ternura, e abraças-me num aperto gentil. Desejava poder ignorar o vento, mas o seu apelo é tão forte que os meus olhos se enchem de lágrimas. E então a tua voz sobrepôs-se à tempestade de sentimentos com que o meu coração luta, tão calma a tranquilizadora, que arregalei os olhos à luz do sol. O vento passou e a manhã brilha galantemente sobre nós. E eu respiro, finalmente, aconchegando-me na segurança do teu abraço. E terminaram todas as coisas más. 

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